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Hoje, Britto foi seguido pelos ministros Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Joaquim Barbosa. Para o presidente do Supremo, a votação “tolheu a capacidade individual dos políticos e de cada um dos cidadãos representados de compreender e de influenciar em momento oportuno a discussão de assunto tão grave”. Barbosa disse que o Parlamento "não é onipotente, não tem a prerrogativa de fazer tudo o que queira levar a cabo".
A maioria dos ministros seguiu o voto divergente apresentado hoje por Luiz Fux. Ele entendeu que a votação com intervalo tão curto é questionável, mas que não há qualquer proibição na Constituição. Também aderiram à divergência os ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Teori Zavascki. “Quando o constituinte quis falar de prazo, ele falou. Nesse caso não quis”, disse Lewandowski.
O julgamento foi suspenso em seguida porque a sessão passava das 18h e não haveria tempo para discutir a legalidade do conteúdo da emenda. Barbosa informou que os processos serão retomados amanhã. O único ministro a adiantar seu ponto de vista no mérito foi Gilmar Mendes, que viaja hoje para a Europa para participar da Comissão de Veneza.
Mendes abriu divergência em relação a Ayres Britto, alegando que a alteração legislativa permitiu o pagamento efetivo dos precatórios. “O amontoado de dívidas não permitia. Se o Orçamento todo fosse dedicado ao pagamento de precatórios, não seria suficiente. Acabava que os estados optavam por não pagar ou pagar parcialmente e isso gerava sistema de desvios múltiplos”.
O ministro disse que os avanços do cumprimento da lei nos últimos três anos podem ser vistos nos dados trazidos por procuradores estaduais e municipais. “Parece-me que pela primeira vez estamos nos aproximando do cumprimento efetivo e desbastando essa montanha de precatórios acumulados. Parece-me que estamos dando passos importantes”.