Dilma libera R$ 33 bi para saneamento

Brasília –A presidente Dilma Rousseff convocou ontem governadores e prefeitos de cidades com mais de 250 mil habitantes para anunciar projetos de saneamento, pavimentação e mobilidade urbana, que vão receber R$ 33 bilhões do governo federal. A verba, que consta no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), estava prevista desde 2010. Uma nova leva de projetos será selecionada ainda este ano para receber mais R$ 31 bilhões. “É inadmissível que queiramos dobrar a renda per capita se uma parte desse investimento não for destinado ao saneamento”, disse.

A presidente argumentou que, diante do volume do investimento, é importante que sejam feitas obras em parcerias público-privadas (PPPs). “Se juntarmos o dinheiro do governo federal, dos governadores e prefeitos, e colocarmos a iniciativa privada nessa área, daremos um salto na cobertura dos serviços de saneamento.” Ela disse que todo esse esforço é para atender o brasileiro que está saindo da miséria e deu passos em direção para a classe média. “Estamos mudando o patamar de reivindicação do nosso povo.”

Na presença de governadores tucanos, a presidente rebateu crítica feita pelo senador Aécio Neves, principal nome do PSDB para a eleição de 2014, que disse que o governo federal tirou pessoas da miséria “por decreto”. “Todo mundo acha que o Bolsa-Família a gente faz na canetada. O Bolsa- Família precisou de arte e de engenho, precisou de vontade política. Isso não é milagre, não é malabarismo”, disse Dilma, sem citar o nome de Aécio.

Apesar do tom de campanha antecipada de seu discurso, Dilma fez questão de fazer referências amigáveis a governadores de oposição. Referiu-se ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (SP), como “nosso médico”. Fez menção ao tucano Antonio Anastasia, governador de Minas, ao falar da “nossa cidade de Belo Horizonte”. Citou duas vezes em seu discurso o governador Eduardo Campos e elogiou seus projetos na área de educação.