O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), anunciou nesta quinta-feira que o projeto de resolução que unifica a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações interestaduais será votado no colegiado em 26 de março. Após reunião com senadores que contou com a presença do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, Lindbergh apresentou um calendário de audiências públicas que vão culminar com a apreciação da proposta pela comissão.
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Medida provisória em tramitação no Senado compensa estados com perdas do ICMSSenado promove mais uma reunião para discutir reformulação da cobrança do ICMSSenador diz que Mantega tem pressa na discussão de unificação do ICMSUnificação da alíquota do ICMS divide senadores que avaliam nova regra"É um cronograma factível", afirmou Nelson Barbosa, na saída do encontro ocorrido no gabinete de Lindbergh Farias. O secretário-executivo da Fazenda afirmou que a proposta de resolução, ao unificar a alíquota em 4% "já reflete um meio termo". "Ela foi fruto de várias reuniões do Confaz, nós alongamos o prazo de convergência de 4%, nós aumentamos o volume de recursos dos fundos em relação à proposta inicial que nós mandamos, nós aceitamos reduzir a taxa de juros. No nosso entendimento, a proposta já é um meio termo e atende a maior parte das demandas dos Estados", destacou ele, ao ressaltar que na audiência pública da semana que vem apresentará a lógica e a justificativa da proposta do governo.
O presidente da CAE afirmou que a intenção é tentar votar o projeto de resolução em plenário na primeira quinzena de abril. Na opinião dele, a decisão abriria espaço para a apreciação da Medida Provisória 599/2012, que trata da ajuda financeira da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios com o objetivo de compensar perdas de arrecadação por conta das mudanças na alíquota de ICMS. "Não dá para votar a medida provisória sem a resolução", afirmou Lindbergh Farias.
FPE
No encontro, o colegiado definiu também uma atuação conjunta do projeto que altera a distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O acerto é de que a matéria será apreciada de forma conjunta pela CAE, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pela Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR). A ideia é votar a proposta das três na manhã do dia 19. Nesse mesmo dia, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quer votar a matéria em plenário.
Antes disso, está prevista a realização de uma audiência pública com o senador Walter Pinheiro (PT-BA), relator do principal projeto que muda o FPE, com o coordenador do Confaz.
Endividamento dos Estados
Na saída de outro encontro, com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda sinalizou que o governo não deve mexer no limite do endividamento dos Estados. O aumento do endividamento é uma antiga reivindicação de governadores.
"Estamos analisando ainda. O que há é o que foi sinalizado e vamos estudar isso. Mas, a princípio, não há nada", disse Barbosa. "Nós já alteramos a taxa de juros para a frente e nós achamos que, por enquanto, é suficiente para atender a parte dos governadores". O Executivo federal enviou ao Congresso recentemente um projeto que altera o cálculo dos juros cobrados de dívidas de Estados com a União.