A conquista da região metropolitana é o primeiro passo de todo candidato ao governo de Minas. Como prefeito da capital, a candidatura de Lacerda seria, em princípio, natural. Quando disputou a reeleição no ano passado, rompendo com o PT, tornou-se um aliado dos tucanos e o apoio a uma eventual candidatura socialista virou uma possibilidade ao sabor da conjuntura nacional. Depois do primeiro embate político com o PSDB para a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal e as refregas para a composição do secretariado, a possibilidade de Lacerda ser bancado pelos tucanos perdeu força: o socialista despontou como um aliado excessivamente independente.
Ao mesmo tempo, no seio da base aliada de Antonio Anastasia, se colocam nomes como o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, e o presidente da Assembleia, Dinis, Pinheiro (PSDB). A equação da chapa majoritária precisa ainda contemplar o governador Antonio Anastasia, que se coloca como candidato ao Senado.
Do lado da oposição ao PSDB no estado, são candidatos Fernando Pimentel (PT), ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O PMDB, que a princípio acena com a candidatura do senador Clésio Andrade, tenderá a uma interlocução política privilegiada com petistas no ano que vem, principalmente porque o PMDB de Minas vai indicar um ministro para o governo Dilma nos próximos dias. Por enquanto, o mais cotado é Antônio Andrade, deputado federal e presidente da legenda, possivelmente para o Ministério dos Transportes ou o Ministério da Agricultura.
Acertos
O jogo estadual, contudo, será diretamente afetado pelos acertos nacionais. De um lado, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), do partido de Marcio Lacerda, posa de candidato ao Palácio do Planalto, e em Fortaleza, pelo momento, o governador Cid Gomes (PSB) comanda o racha na legenda anunciando a disposição de apoiar a reeleição de Dilma Rousseff. De outro, o senador Aécio Neves (PSDB) é o mais forte nome em seu partido para receber a indicação. Se as duas candidaturas vingarem, nunca o PSB e o PSDB precisarão tanto um do outro no enfrentamento à reeleição da presidente. Lacerda, que nunca manifestou a intenção de concorrer ao Palácio Tiradentes, poderá ser peça no tabuleiro a partir de um acordo nacional entre tucanos e socialistas.