Tanta generosidade do PMDB com o nanico PSC tem explicação, segundo garantem parlamentares ouvidos pela reportagem. É que Feliciano relata dois projetos que viraram bandeira do líder do PMDB na Câmara: o fim do exame nacional para o exercício da advocacia e a redução dos poderes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na indicação dos postulantes ao cargo de desembargador. Os dois projetos tiveram parecer favorável de Feliciano, que vem atuando em dobradinha com Eduardo Cunha na batalha do peemedebista contra a OAB, que começou depois que, por pressão da entidade, seu nome foi vetado para a relatoria do novo projeto do Código Civil, sob o argumento de que ele não é advogado. Cunha nega que tenha dado a CDH para o PSC. Segundo ele, o partido não queria a Direitos Humanos, mas a Comissão de Fiscalização e Tributos. Segundo ele, nenhum parlamentar queria a CDH.
Domínio
A falta de interesse dos partidos, inclusive do PT e do PCdoB, que, desde a criação da comissão, em 1995, se revezaram, com raras exceções, no comando da CDH, também contribuíram para que ela acabasse dominada por líderes religiosos. Dos 18 titulares, 13 são pastores. O PT coloca a culpa no PCdoB, alegando que presidiu a comissão no ano passado e que agora é a vez dos comunistas. O PT também alega que era mais importante pegar a Comissão de Seguridade Social e Família, pois é nela que são dados pareceres finais sobre assuntos importantes para as minorias, como aborto e criminalização da homofobia . O PCdoB alega que não podia ficar com a CDH, pois tinha interesse na Comissão de Cultura, comanda pela deputada Jandira Feghali (RJ). Para os comunistas, o PT, que tem direito a três comissões, deveria ter assumido a CDH.