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Estado de Minas

PMDB cobra a conta da fidelidade na mesa da reforma


postado em 10/03/2013 06:00 / atualizado em 10/03/2013 07:23

Brasília – A renovação dos votos de fidelidade entre PT e PMDB para as eleições presidenciais de 2014 envolve muito mais do que as juras pela manutenção da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer. O dote negociado entre a presidente e o vice busca recompor parte do espaço perdido pelo PMDB desde o segundo mandato de Lula, quando o partido chegou a dominar 32% dos recursos de investimentos da União.

As cifras em jogo giram em torno de R$ 1,5 bilhão, no mínimo. Esse é o montante de recursos previsto para os investimentos dos dois principais órgãos negociados com os peemedebistas: a pasta da Agricultura e a Secretaria de Aviação Civil. A conta leva em consideração apenas o que está estabelecido na Lei Orçamentária de 2013, ainda encalhada no Congresso, à espera de votação. As emendas parlamentares podem para inflar – e muito – esse montante.

A reacomodação do PMDB no governo foi tema de almoço entre Dilma e Temer na terça-feira passada e deve voltar à mesa esta semana, em uma nova rodada de negociações. A maior preocupação é acalmar as bancadas mais irritadas da sigla, a de Minas Gerais, que abriu mão da candidatura própria à Prefeitura de Belo Horizonte em 2012 em favor do petista derrotado Patrus Ananias; e a do Rio de Janeiro, às turras com o PT local, que insiste em lançar o senador Lindbergh Farias para o governo estadual contra o virtual candidato de Sérgio Cabral, o vice-governador Luiz Fernando Pezão.

Hoje, o PMDB comanda seis ministérios, um a menos que em 2007, primeiro ano do segundo mandato de Lula. Mas seu poderio na Esplanada caiu significativamente. No início da administração Dilma, as pastas sob responsabilidade do PMDB representavam apenas 18% do Orçamento da União para investimentos, contra 26% do PR e 31% do PT. “Foi um encolhimento brutal. Falam em seis ministérios do partido, mas não tem como contabilizar nisso a Secretaria de Assuntos Estratégicos, que praticamente não tem orçamento”, reclama um cacique peemedebista.

O governo Dilma representou uma migração de poder econômico do PMDB em direção ao PT. Em 2003, ainda sem o PMDB em sua base de sustentação, Lula deu 16 ministérios ao PT, para administrar 38% dos recursos da União para investimentos. O PL do vice-presidente José Alencar, hoje PR, detinha apenas o Ministério dos Transportes, mas essa pasta, sozinha, tomava conta de 24% do montante de investimentos, que colocava o partido no segundo lugar em poderio econômico. Reeleito em 2006, depois de sobreviver à crise do mensalão, Lula destinou sete ministérios ao PMDB, que passou a administrar a maior fatia de recursos entre os partidos da base. Os 32% do orçamento de investimentos controlados pela sigla correspondiam a R$ 12,8 bilhões em 2007, distribuídos entre as pastas de Saúde, Minas e Energia, Integração Nacional, Defesa, Comunicações, Agricultura e Assuntos Estratégicos.

Ainda com as feridas abertas pela crise de 2005, o PT comandava 15 ministérios, mas tinha sob seu controle apenas 18% dos investimentos da União. Era superado pelo PR, ainda à frente do Ministério dos Transportes, com 27% dos investimentos; seguido de perto pelo PP, que, à frente da pasta de Cidades, controlava 17% dos recursos para investimentos da Esplanada.


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