Jornal Estado de Minas

Candidatura fora dos planos pode afastar Lacerda da PBH para campanha política

Cotado para ser candidato ao governo de Minas em 2014, Lacerda admite que foi pressionado por aliados a tomar uma posição, mas afirma que pretende cumprir o mandato de prefeito até o fim

Bertha Maakaroun - enviada especial
Prefeito Marcio Lacerda na posse dos secretários municipais: primeiro escalão mescla técnicos e políticos - Foto: BRENO PATARO/PBH
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) disse nessa segunda-feira, após dar posse ao seu secretariado, que não tem intenção de concorrer ao governo de Minas no ano que vem. “Até onde eu posso ser dono do meu destino, a minha decisão é não sair da prefeitura”, afirmou, acrescentando que terá reunião amanhã em Brasília com Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB. No plano nacional, as lideranças socialistas querem que o prefeito de Belo Horizonte se lance ao Palácio Tiradentes como forma de constituir um palanque no estado para a candidatura de Campos ao Palácio do Planalto. “Realmente não está nos meus planos pessoais qualquer candidatura no ano que vem. Eu pretendo cumprir integralmente este mandato, porque tem muita coisa em andamento, em elaboração e que precisa ser concluída”, afirmou, ressaltando que está “muito envolvido” com esse trabalho.

Admitindo ter sido, desde o início do mandato passado, pressionado pelos “dois maiores partidos” – leia-se PT e PSDB – a se posicionar em relação a 2014, Lacerda sustentou nunca ter assumido esse compromisso. “Desde o mandato anterior já havia tido uma certa disputa pelos dois maiores partidos para assegurar um compromisso em relação a este futuro. Mas eu nunca assumi este compromisso”, disse. “Inclusive, na quarta (amanhã) à tarde terei uma reunião com o presidente do meu partido em que eu vou colocar para ele essa minha posição”, acrescentou.

Participou da solenidade de posse o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), designado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) para representá-lo. Potencial candidato ao Palácio Tiradentes, Alberto Pinto Coelho considerou as eleições de 2014 “um processo distante” quando indagado se será possível manter o arco de alianças que elegeu Lacerda no ano passado, com 19 partidos – entre eles o PSDB, o DEM, o PPS, o PSB e o PP. Segundo ele, há no momento no Congresso Nacional o desafio de aprimorar gestões futuras, com a aprovação das matérias que corrigem distorções na distribuição de recursos e poder na federação.

Técnicos

Alberto Pinto Coelho foi convidado por Lacerda para participar da foto oficial do novo secretariado. O primeiro escalão sugere um governo com um viés técnico: as pastas de Obras e Infraestrutura, a Sudecap, Finanças, Planejamento, Meio Ambiente, Comunicação e a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, além da Educação. Em alguns casos, como o de Sueli Baliza (PSB), que comanda a Educação, ao perfil técnico se mescla a questão política, com a filiação partidária.

Lacerda delegou ao PSB cinco posições em primeiro escalão, mantendo entre elas a Secretaria de Serviços Urbanos, com Daniel Nepomuceno. A participação do PSDB, principal aliado, no governo cresceu de três para sete posições. Os tucanos mantiveram a Saúde, com Marcelo Teixeira, a BHTrans, com Ramon Victor César, e a Regional Pampulha, com Humberto Pereira de Abreu Júnior, e assumiram as secretarias de Políticas Sociais e de Desenvolvimento, além da Regional Barreiro e da Secretaria de Segurança Urbana e Patrimonial.

Também na posse do primeiro escalão de Marcio Lacerda ontem, estava o secretário de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira, do PSD. Com a legenda rachada nas eleições – a executiva estadual apoiou Patrus Ananias (PT) e a municipal, Marcio Lacerda – coube a Silveira fazer o enfrentamento na Justiça para manter o tempo de televisão da nova sigla com o socialista. Por isso, Silveira indicou a Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo.