Após receber a mensagem, a presidente terá 48 horas para promulgar a nova lei. Só depois de o texto ser publicado no Diário Oficial da União é que os governadores do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo poderão protocolar as prometidas ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) contra a regra. Caso Dilma não a promulgue, o texto volta ao Senado e caberá a Calheiros publicá-lo. No Supremo Tribunal Federal, já há três mandados de segurança das bancadas fluminense e capixaba que pedem a anulação da sessão que derrubou os vetos, na semana passada.
Leia Mais
Deputado volta ao STF para anular decisão sobre royaltiesFux disse que vai priorizar royalties se houver problema sério para o paísPrefeitos de Minas reagem à investida do Rio sobre royalties do minérioRio poderá mudar licenças ambientais para compensar perda de royaltiesMudança dos royalties quebra promessa de Lula, diz vice-governador do Rio Verba dos royalties do petróleo ainda está com destino incertoDisputa entre os estados pelos royalties do petróleo envolve R$ 31,5 bilhõesComo instrumento de pressão, o governador do Rio, Sérgio Cabral, decidiu, na semana passada, suspender todos os pagamentos do estado — com exceção dos salários dos servidores — até a decisão do STF, mas recuou em parte ontem e prometeu pagar gastos com educação e saúde.
Fux disse que aguardará as informações que solicitou à Mesa Diretora do Congresso para decidir os procedimentos que adotará, mas admitiu que o tema poderá ser tratado com urgência. “Levei com prioridade o agravo (recurso contra a liminar que suspendeu a votação do veto) porque havia um problema: não estavam votando o Orçamento.”
Em visita ontem a Calheiros, a diretora-geral da ANP negou que a polêmica cause atrasos de novos contratos. “A nossa avaliação é que a lei que foi aprovada pacifica toda a questão com relação à distribuição dos royalties futuros. A gente está discutindo é como distribuir o passado”, disse Magda. Para ela, embora “um estrangeiro ou outro” possa ficar inseguro com a judicialização do tema, “não há substrato para o medo”. A 11ª rodada de licitações ocorrerá em 14 e 15 de maio, no Rio de Janeiro, e tratará de áreas principalmente do Norte e Nordeste do país. Segundo Magda, a expectativa é de fechar contratos que somem pelo menos R$ 2 bilhões.
Novas regras
Após a polêmica em torno do engavetamento de vetos presidenciais, prática corriqueira nos últimos 12 anos que só acabou por causa da disputa pelos royalties do petróleo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), resolveu alterar a norma interna que trata do assunto. Um projeto de resolução apresentado ontem por Alves prevê que o prazo para apreciação comece a correr no dia em que a matéria for protocolada na Presidência do Senado. O texto atual, da década de 1970, diz que o assunto deve ser analisado até 30 dias após a leitura dos vetos. “O que acontecia com esta Casa? Os vetos não eram lidos, as matérias não eram apreciadas”, justificou o presidente da Câmara. Ele encaminhou ontem mesmo o projeto para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que terá que referendar a proposta e enviá-la ao plenário do Congresso.