O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), classificou de "incompatível" a postura de deputados e senadores que se reuniram nesta quarta-feira para debater questões do pacto federativo com os governadores uma semana após a derrubada dos vetos da presidente Dilma Rousseff à lei que redistribui os recursos dos royalties e participação especial do petróleo.
No encontro, realizado no Salão Negro do Congresso, os governadores apresentaram a parlamentares uma agenda mínima de propostas legislativas que poderia, na opinião deles, reequilibrar as contas públicas e retomar a capacidade de investimentos dos Estados. Assim como Casagrande, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), também não foi à reunião.
Tanto Casagrande quanto Cabral reagiram com cautela a tentativas de governadores de Estados não produtores de propor um novo acordo em torno dos royalties. Cabral não comentou o assunto. Casagrande defendeu o diálogo, mas criticou a perda de tempo.
"O melhor seria que nós tivéssemos um entendimento antes de votar (os vetos) a lei. Mas não romper contratos é a nossa posição. Se não romper contratos, topamos conversar sobre qualquer assunto", disse Casagrande, destacando que o governo federal ainda não se manifestou. "Quem falou sobre isso foram os governadores. A União não falou nada ainda. Vamos ser justos com a União: até agora, ela não prometeu nada. Mas estamos abertos ao diálogo. Sempre estivemos."