(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Governadores querem novo debate no Congresso sobre royalties do petróleo

Apesar da posição totalmente contrária do Palácio do Planalto, governadores decidem em reunião em Brasília levar adiante nova proposta para a distribuição dos recursos do petróleo


postado em 14/03/2013 06:00 / atualizado em 14/03/2013 07:00

Em Brasília, governadores definiram também uma pauta com quatro propostas prioritárias para o socorro dos estados, que incluem temas como dívidas com a União e repasses de recursos(foto: George Gianni/Divulgação)
Em Brasília, governadores definiram também uma pauta com quatro propostas prioritárias para o socorro dos estados, que incluem temas como dívidas com a União e repasses de recursos (foto: George Gianni/Divulgação)


O movimento dos estados produtores e não produtores pela reabertura da discussão sobre a partilha dos royalties azedou os ânimos no Palácio do Planalto, que deixou claro que não vai apoiar uma tentativa de ressuscitar o tema no Congresso. O acirramento da posição do governo se deve, em boa parte, ao fato de o governador de Pernambuco e potencial candidato à Presidência em 2014, Eduardo Campos (PSB), ter capitaneado um grupo de 16 governadores em uma tentativa de reabrir as negociações sobre a partilha do pré-sal. Entre os que apoiam a ideia está o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, aliado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), também potencial candidato ao Planalto em 2014. “Acho que todo  tema que pode ser discutido para se chegar a um consenso deve receber a boa vontade dos governadores”, afirmou Anastasia, acrescentando que é contrário a alterações em lei que levem “prejuízo à receita já recebida por qualquer estado”.

O cerne da ideia, que já havia sido defendida pelas bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo no Congresso, é fazer com que a União antecipe R$ 4,5 bilhões em receitas dos royalties para os estados não produtores e excluí-los do rateio de campos de petróleo já licitados. Um acordo nesse sentido evitaria a judicialização do tema, alegam os governadores. A liderança de Campos reacendeu as expectativas de parlamentares dos dois principais estados produtores. “Por vir do governador de um estado não produtor, a proposta ganha peso”, disse o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

No Palácio do Planalto, contudo, a proposta foi entendida como “fazer cortesia com o chapéu alheio”, segundo um interlocutor da presidente Dilma Rousseff. Para o governo, não faria sentido embarcar em um novo debate sobre royalties em torno de uma proposta que cria R$ 4,5 bilhões em despesas, sem apontar para uma nova fonte de recursos para cobrir esse gasto. Qualquer iniciativa nesse sentido no Congresso encontrará a resistência do Planalto.

 “É preciso saber que não dá para judicializar essa questão. Estados produtores, não produtores e governo precisam dar um passo atrás e outro à frente. Ainda sentaremos e discutiremos isso”, disse Campos ontem, depois de reunião entre 23 governadores e os presidentes da Câmara dos Deputados,  Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),  para discutir o pacto federativo.

A proposta de Campos havia sido defendida pelas bancadas do Rio e do Espírito Santo antes da sessão que derrubou os vetos aos royalties no ano passado. Representantes de estados não produtores, porém, não aceitaram fazer qualquer acordo. O comunicado de que o Congresso não aceitou os vetos de Dilma foi encaminhado ao Planalto nessa quarta-feira. A presidente tem 48 horas para promulgar a lei.

Pacto federativo

Na busca por maior equilíbrio federativo, os governadores aproveitaram a reunião de ontem para definir uma pauta com quatro propostas prioritárias para o socorro dos estados, apresentados como em situação de “míngua”: a redução em 33% do percentual de pagamento das dívidas dos estados, que hoje está em torno de 12%;  o aumento de 16% para 30% no limite de movimentação de recursos destinados para investimentos; o repasse para os governos estaduais de 13% dos recursos arrecadados com a Cofins e com a CSLL para compensar a perda de arrecadação decorrente das desonerações de IPI – que impacta diretamente no Fundo de Participação dos Estados (FPE); a obrigatoriedade que o Congresso aponte fontes de recursos para as despesas criadas para os estados, a exemplo do piso nacional do magistério e do piso salarial nacional para bombeiros e policiais militares; e a redução para zero da alíquota que incide sobre o Pasep.

Em Minas Gerais, por exemplo, o 1% pago a título de contribuição social chega a R$ 30 milhões mensais. “Como envolve valores expressivos, a eliminação da contribuição do Pasep pelos estados seria um passo muito favorável não só para o fortalecimento da Federação, como também para o aumento das receitas estaduais”, defendeu o governador Anastásia. As propostas apresentadas pelos governadores têm como objetivo dar uma folga no caixa dos estados. (Colaboraram Juliana Braga, Juliana Colares e Almiro Marcos)

Mais espaço para tucanos


Os governadores do PSDB defenderam, durante jantar na casa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em Brasília, na noite de terça-feira, que o provável presidenciável tucano viaje mais pelo país para defender as bandeiras do partido. Os governadores temem que a legenda perca espaço em relação aos demais concorrentes – a presidente Dilma Rousseff e o governador Eduardo Campos – ao Palácio do Planalto. Para eles, embora importante para fustigar o Planalto e o PT, o PSDB não pode ficar restrito aos seminários temáticos que pretende realizar quinzenalmente no Congresso Nacional. O próximo discutirá a política de concessões do governo federal na área de infraestrutura. Aécio, contudo, resiste à ideia. Os planos dele é esperar a convenção do partido, em maio, que deve elegê-lo presidente da legenda. A partir daí, com o partido unificado em torno de seu nome, chegaria a hora de percorrer o país. (PTL)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)