Jornal Estado de Minas

Presidente da Câmara pede a Feliciano equilíbrio na Comissão de Direitos Humanos

Encontro entre o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, e o deputado pastor Marco Feliciano aconteceu um dia depois da estreia marcada por bate-bocas e protestos


O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), disse nesta quinta-feira esperar equilíbrio e responsabilidade na condução dos trabalhos da Comissão de Direitos Humano e Minoriass. Henrique Alves esteve reunido nesta manhã com o presidente do colegiado, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), e com o líder do PSC, deputado André Moura (SE). Ontem à noite, o presidente da Câmara recebeu parlamentares contrários à permanência de Marco Feliciano na presidência da comissão.
Há preocupação dessa Casa com a Comissão de Direitos Humanos para que ela possa ter um comportamento de equilíbrio, de moderação, de responsabilidade”, disse o presidente. Na avaliação, de Henrique Alves o tumulto entre grupos pró e contra Feliciano nesta semana foi “lamentável”. Ele afirmou que a culpa não é de apenas um dos lados, pois “uma ação provoca uma reação”.

A reunião de estreia de Feliciano, na tarde dessa quarta-feira, foi marcada por bate-bocas acalorados entre os deputados que se opõem à escolha de Feliciano para o cargo e os defensores de seu nome, entre eles o polêmico deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), policial reformado, titular da comissão. Por pouco não saíram no tapa. Integrantes de movimentos de defesa das minorias mais uma vez protestaram contra o deputado do PSC. Na estratégia de evitar manifestações, um grupo de evangélicos ocupou no fim da manhã quase todas as cadeiras do plenário. Sem ter onde sentar, ativistas se concentraram na entrada do plenário. Houve tumulto durante toda a sessão.

Acusado de declarações homofóbicas e racistas nas redes sociais e em sua pregações, o pastor tentou aprovar uma nota de repúdio ao candidato a presidente da Venezuela Nicolas Maduro, que acusa seu adversário, Henrique Capriles, de ser homossexual, mas não houve quórum.

Feliciano retirou da pauta a análise das propostas que defendem a realização de um plebiscito para a população decidir a favor ou contra a união entre pessoas do mesmo sexo, projeto defendido por ele, e a criminalização do preconceito contra os heterossexuais. Em pronunciamento antes do início dos trabalhos da comissão, pediu ainda desculpas por declarações que possam ter ofendidos homossexuais e os negros. “Peço a todos e a todas que se sentiram ofendidos por alguma colocação minha, em qualquer época, peço as mais humildes desculpas, e coloco meu gabinete à disposição”, disse Feliciano, que pediu um “voto de confiança”.