A federação brasileira chegou neste ano no momento mais grave de sua crise, na avaliação do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia. "A federação está doente, está anacrônica, tornou-se letra morta", afirmou nesta segunda-feira o governador, em palestra sobre o pacto federativo, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
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Anastasia eleva o tom e critica política econômica de DilmaAnastasia se encontra com ministra da Casa Civil para discutir novo código de mineraçãoProjeto do governo de Minas para pavimentação de estradas segue estagnadoPrefeitos discutem pacto federativo com presidente do Congresso e da CâmaraA disputa em torno da distribuição dos royalties de petróleo foi o ponto menos comentado pelo governador. "Houve uma condução equivocada e com ausência de harmonia (na questão dos royalties)", disse.
Segundo o governador mineiro, faltam harmonia na federação e autonomia aos entes. "Embora o tema tenha sido tratado na Assembleia Constituinte de 1988, de lá para cá, a federação foi se erodindo, num processo de décadas e não deste governo. Falta à União exercer o papel de garantir a harmonia e o governo federal é excessivamente centralizador."
Anastasia crê que essa centralização está "no senso comum" do brasileiro, em uma espécie de "herança" cultural de Portugal.
"Todas as questões gerenciais apontam que a centralização é nefasta", afirmou Anastasia, para quem o melhor é colocar as soluções mais perto dos problemas.