Jornal Estado de Minas

Combate ao crack une cinco ministérios

Para colocar definitivamente nas ruas o programa "Crack, é possível vencer", que mobiliza cinco ministérios, além da Secretaria da Casa Civil, a secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, disse ontem que o governo federal está investindo fortemente na capacitação de cerca de 105 mil pessoas, entre profissionais de saúde, assistência social, segurança pública, educadores, lideranças comunitárias e operadores do direito (juízes, promotores e defensores públicos), para atuarem diretamente com usuários e dependentes de crack e outras drogas. Isso dentro de um único eixo do programa, que é o da prevenção. Os cursos são promovidos pela Secretaria Nacional Antidrogas, que já oferece 60 mil novas vagas para qualificação em prevenção do uso de drogas.



A secretária Regina Miki explicou que o programa, que tem previsão de aplicação de R$ 4 bilhões até 2014, foi lançado no desafio de atuar em outros eixos de abordagem do dependente químico, como o de cuidado, sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social, e autoridade, tocado pelo Ministério da Justiça. Segundo ela, o orçamento total executado pelos ministérios da Justiça, Saúde e Desenvolvimento Social foi de R$ 840 milhões nos estados que já aderiram.

A Secretaria de Direitos Humanos e o Ministério da Educação têm participação no programa, mas os três eixos principais – cuidado, autoridade e prevenção –estão nas demais pastas. A secretária informou ainda que, sozinho, o Ministério da Saúde investiu R$ 895 milhões, de seu orçamento em 2012, para adiantamento de incentivos, custeio e implantação para tratamento dos usuários da droga.

REDE Em busca de maior eficácia, o programa Crack, é possível vencer tem o desafio de alinhavar ações das diversas pastas, mas também de construir uma linha de atendimento integral aos dependentes do crack e seus familiares. “É importante ressaltar que não existe modo único para vencer a dependência química. Pensando nisso e tirando como exemplo outras experiências exitosas, o Ministério da Saúde construiu uma rede capaz de atender os dependentes químicos de acordo com o grau de dependência e o tipo de droga”, explicou Regina. Além do atendimento em centros especializados, foram criados os Consultórios na Rua, que contam com profissionais que fazem intervenções de saúde para população em situação vulnerável (crianças, adolescentes e adultos) em seu contexto, incluindo locais de uso público de drogas, as chamadas cracolândias, segundo a secretária.



No eixo autoridade o programa prioriza ainda as investigações para prisão de traficantes e desarticulação de organizações criminosas nas fronteiras e nas áreas de concentração de uso de drogas ilícitas, com o policiamento ostensivo e de proximidade, que tem como foco principal a abordagem humanizada ao dependente. Regina Miki afirmou que, somente em 2012, foram capacitados 735 profissionais de segurança pública em 11 dos 14 estados que já aderiram ao programa. Também foram qualificados 504 novos instrutores do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), um investimento de R$ 1,9 milhão em capacitação e elaboração do material didático.