Recife, 21 - Após dizer que "depois de tanta caminhada, a coisa não andou como deveria", o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, afirmou nesta quinta-feira que a atenção que a presidente Dilma vem dando ao Nordeste e a expectativa de uma candidatura do governador Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República "é sinal de esperança" para a solução da seca.
Eduardo Campos garantiu aos bispos que muitas das sugestões já estão contidas na Lei 14.922, sancionada nesta segunda-feira (18) e que institui a Política Estadual de Convivência com o Semiárido, visando à implementação de políticas públicas permanentes no meio rural de Pernambuco. O objetivo é assegurar às populações locais os meios necessários para a convivência com as adversidades do clima na região.
O governador se reuniu em seguida com meteorologistas na sede do governo estadual. Essas reuniões com profissionais regionais e nacionais têm ocorrido mensalmente, cada vez em um Estado diferente do Nordeste. A previsão meteorológica não sofreu alterações: o sertão pernambucano, cujo período chuvoso se encerra neste mês, enfrenta dois anos seguidos com chuvas abaixo da média. No agreste, o ciclo de chuvas começa também com previsão abaixo da média, repetindo um cenário que levou a perdas de lavouras e rebanhos e colapso no abastecimento.
De acordo com o governador, até o final do próximo ano Pernambuco será o primeiro Estado do Nordeste a ter todas as casas dotadas de cisternas para armazenamento de água.
Segundo o secretário estadual de Agricultura, Ranílson Ramos, 90 mil cisternas de placa estão em funcionamento e 31 mil estão em construção (com recursos federal e estadual). A Codevasf entregou 22 mil cisternas de polietileno e, para a universalização do equipamento no semiárido, são necessárias outras 30 mil, das quais nove mil estão sendo negociadas.
Cada cisterna de placa custa R$ 2,4 mil e tem capacidade para suportar quatro meses de estiagem. Ela armazena água de chuva e pode ser complementada por carros-pipa. Atualmente, 1,5 mil carros-pipa abastecem o semiárido pernambucano, sendo 800 do governo estadual e 700 do Exército.