Brasília, 21 - A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira 62 mandados de busca e apreensão em três Estados e no Distrito Federal, para desarticular, com a Operação Cactus, uma organização criminosa acusada de desviar cerca de R$ 48 milhões em recursos da União repassados a municípios nordestinos, por meio de convênios com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Um dos alvos da operação foi o ex-diretor-geral da estatal, Elias Fernandes Neto, afilhado político do presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A investigação segue sob segredo de Justiça.
Em entrevista, a delegada Cláudia Braga Leitão, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF no Ceará, informou que cerca de 50 pessoas estão envolvidas no esquema, mas a Justiça não concedeu a prisão preventiva de nenhuma delas. Na residência do ex-diretor do DNOCS e em demais alvos foram recolhidos computadores, mídias e grande quantidade de documentos para serem submetidos a análise pericial. Em breve comunicado à imprensa, em Natal, Neto disse que está tranquilo em relação às investigações e disponível para prestar toda colaboração.