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Estado de Minas

Caso Feliciano divide deputados evangélicos na Assembleia de Minas


postado em 22/03/2013 06:00 / atualizado em 22/03/2013 09:01

Quando o assunto é o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), há divergências entre os parlamentares evangélicos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Integrante da Igreja Batista Central, o deputado estadual João Leite (PSDB) defende que as declarações polêmicas do pastor “são manifestações naturais, próprias da democracia, da liberdade religiosa e de expressão”. Para Carlos Henrique (PRB), que é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Feliciano deve mostrar, na Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que houve equívocos em suas declarações. Já o pastor da Igreja Batista da Lagoinha, deputado Vanderlei Miranda (PMDB), e o membro da Igreja Batista Cabo Júlio (PMDB) acreditam que ele deveria renunciar do cargo.

“Os direitos têm que ser garantidos. Não se pode, por conta de qualquer entrevista ou manifestação, tirar os direitos das pessoas sem julgamento”, afirma João Leite (PSDB). O tucano presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de 1996 a 2000. Para ele, a comissão que Marcos Feliciano preside é a de liberdade de expressão. “Ninguém pode sofrer uma perseguição dessa maneira”, disse. Para ele não tem sentido defender os direitos humanos e querer tirar o pastor do cargo por suas opiniões, como pretendem os que protestam contra a eleição de Feliciano à Presidência da CDHM.

Para o pastor Carlos Henrique, Marcos Feliciano deu declarações equivocadas e já se desculpou por elas. “Se ele se propõe a estar numa comissão que trata dos direitos humanos, ele nunca poderia se manifestar, ainda que do ponto de vista religioso, contra as minorias”. Carlos Henrique afirmou que os movimentos afro e os de lébiscas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) estão politizando o caso. “Jamais eles achariam que um pastor pode estar à frente de uma comissão que era hegemonicamente do PT e dos movimentos que são favoráveis aos direitos homossexuais e dos afrodescendentes e que, às vezes, confronta as opiniões da Igreja”, disse. Ele defendeu que os evangélicos têm direito de presidir a CDHM, “enquadrando-se no que ela se propõe”. Na opinião dele, Feliciano não deve renunciar do cargo.

Já o peemedebista Vanderlei Miranda avalia que o pastor não deveria nem ter entrado. “O que tem sido publicado a respeito do pensamento dele mostra claramente que ele não está preparado para assumir uma comissão de tamanha importância. Nós temos outros nomes lá muito mais sensatos e equilibrados para o cargo. A situação em que a comissão está hoje, sem condição mínima de realizar uma reunião, não vai poder continuar”, afirmou, e acrescentou: “Assim como eu, para muitos outros colegas evangélicos ele não representa o segmento”.

O deputado Cabo Júlio é outro evangélico que é contra a permanência de Feliciano na Presidência da CDHM. “Existe uma diferença básica entre discordar e respeitar. Ele colocou a discordância dele de forma desrespeitosa; esse não é o papel do cristão”, opinou.


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