Quando o assunto é o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), há divergências entre os parlamentares evangélicos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Integrante da Igreja Batista Central, o deputado estadual João Leite (PSDB) defende que as declarações polêmicas do pastor “são manifestações naturais, próprias da democracia, da liberdade religiosa e de expressão”. Para Carlos Henrique (PRB), que é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Feliciano deve mostrar, na Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que houve equívocos em suas declarações. Já o pastor da Igreja Batista da Lagoinha, deputado Vanderlei Miranda (PMDB), e o membro da Igreja Batista Cabo Júlio (PMDB) acreditam que ele deveria renunciar do cargo.
Para o pastor Carlos Henrique, Marcos Feliciano deu declarações equivocadas e já se desculpou por elas. “Se ele se propõe a estar numa comissão que trata dos direitos humanos, ele nunca poderia se manifestar, ainda que do ponto de vista religioso, contra as minorias”. Carlos Henrique afirmou que os movimentos afro e os de lébiscas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) estão politizando o caso. “Jamais eles achariam que um pastor pode estar à frente de uma comissão que era hegemonicamente do PT e dos movimentos que são favoráveis aos direitos homossexuais e dos afrodescendentes e que, às vezes, confronta as opiniões da Igreja”, disse. Ele defendeu que os evangélicos têm direito de presidir a CDHM, “enquadrando-se no que ela se propõe”. Na opinião dele, Feliciano não deve renunciar do cargo.
Já o peemedebista Vanderlei Miranda avalia que o pastor não deveria nem ter entrado. “O que tem sido publicado a respeito do pensamento dele mostra claramente que ele não está preparado para assumir uma comissão de tamanha importância. Nós temos outros nomes lá muito mais sensatos e equilibrados para o cargo. A situação em que a comissão está hoje, sem condição mínima de realizar uma reunião, não vai poder continuar”, afirmou, e acrescentou: “Assim como eu, para muitos outros colegas evangélicos ele não representa o segmento”.
O deputado Cabo Júlio é outro evangélico que é contra a permanência de Feliciano na Presidência da CDHM. “Existe uma diferença básica entre discordar e respeitar. Ele colocou a discordância dele de forma desrespeitosa; esse não é o papel do cristão”, opinou.