Diante da crescente pressão pela renúncia do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) ao comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deu nessa quinta-feira um ultimato ao PSC: ele quer uma solução para o impasse até terça-feira. O partido ainda busca uma solução que minimize os danos e os desgastes causados pelos protestos contra o pastor, acusado por movimentos sociais de ser homofóbico e racista. Nos bastidores políticos do PSC ameaçam até mesmo deixar a legenda caso o comando da sigla não encerre logo a polêmica.
“A Comissão de Direitos Humanos, pela sua importância, não pode ficar nesse impasse”, reagiu o presidente da Câmara, insatisfeito com a repercussão negativa gerada pelo caso. “Há um clima de radicalização que esta Casa não pode aceitar. Do jeito que está, a situação se tornou insustentável”, afirmou Alves. A ministra da Secretaria de Política de Promoção Social da Igualdade Racial, Luiza Barros, também defendeu que o PSC reavalie se a escolha de Feliciano é “coerente” com o histórico da CDHM.
Caso Feliciano renuncie, ainda não há consenso sobre o que será feito. O PSC deve indicar outro parlamentar com perfil menos polêmico para o cargo. A vice-presidente da comissão, deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), é alvo de uma ação do Ministério Público Eleitoral por compra de votos. Ela foi absolvida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre, mas o MPE recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão. Na quarta-feira, o Ministério Público Federal no Acre entrou com ação de improbidade administrativa contra a deputada e o marido dela, o deputado federal Silas Câmara (PSD-AM). Segundo a denúncia, eles teriam usado um celular funcional da Câmara para fazer campanha eleitoral.