Brasília, 22 - Sem resolver a crise de desconfiança entre os grupos de Minas Gerais e de São Paulo, o PSDB ainda tem de administrar a ameaça de cisão no partido na véspera da eleição do novo presidente, ao que tudo indica, o senador mineiro Aécio Neves. Nos bastidores, aposta-se que o atual vice-presidente da executiva nacional, o ex-governador Alberto Goldman (São Paulo), será convidado a permanecer no cargo.
O senador mineiro afirmou ontem que, aos poucos, o PSDB está chegando a um consenso sobre a formação da nova executiva nacional do partido, que deverá ser comandada por ele. Lembrou que na segunda-feira terá um novo encontro com o governador Geraldo Alckmin.
Na última terça-feira, Alckmin convidou Aécio a ir até o Palácio dos Bandeirantes. De lá, os dois sairão juntos para um seminário do PSDB.
Em outra frente de desgaste, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, ameaça deixar o PSDB caso seja aprovada a unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual. Virgílio alega que a Zona Franca de Manaus seria muito prejudicada com a aprovação da proposta enviada pela presidente Dilma Rousseff porque não teria mais tarifa diferenciada.
O governador Geraldo Alckmin apoia a unificação das tarifas, sob o argumento de que ajudará a acabar com a guerra fiscal entre os Estados. Arthur Virgílio havia se estranhado com Alckmin durante a campanha eleitoral porque o governador defendeu a extinção da Zona Franca. Na época, ele também ameaçou deixar o partido.