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STF abre inquérito sobre Eduardo BragaSenador Eduardo Braga será relator da MP dos PortosCalheiros "representa um avanço", diz líder do governo, senador Eduardo BragaProcuradoria de SP entra na investigação sobre desvioDeputado condenado pelo STF por desviar dinheiro público entra com recursoDeputado federal de Minas é denunciado por desviar verba de emendas parlamentaresDe acordo com o Ministério Público, há indícios de que Braga, quando governou o Estado - 2003 a 2010 - autorizou a desapropriação de um terreno por valor acima do real. Os dados do MP mostram que a área foi comprada por particulares por R$ 400 mil no dia 1º de abril de 2003. Dois meses depois e pelo mesmo terreno, o governo do Estado pagou mais de R$ 13 milhões. "A valorização é de aproximadamente 3.100%", afirmou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no pedido de abertura do inquérito.
A área desapropriada na cidade de Manaus tem 703 mil metros quadrados e abrigava um loteamento com aproximadamente dois mil lotes. A avaliação da área técnica do governo é de que o imóvel deveria ser desapropriado para atender a interesse social. Pelos cálculos do governo do Amazonas, somente o terreno valia R$ 7,36 milhões. Os R$ 5,64 milhões restantes pagariam pelas benfeitorias deixadas.
"Não há nos autos qualquer comprovação da existência de tais benfeitorias. O que se tem, em verdade, são indícios que apontam para a dispensa irregular de licitação das obras de urbanização em favor da empresa Colúmbia Engenharia Ltda", argumentou Roberto Gurgel. Ao contrário, acrescentou o MP, os documentos constantes do processo indicariam que as benfeitorias sequer existiam no momento da desapropriação.
Para apurar os indícios, o procurador pediu ao STF a quebra do sigilo bancário da empresa beneficiada. O MP quer saber se o dinheiro beneficiou de alguma forma os investigados, dentre eles o senador Eduardo Braga. O pedido foi deferido pelo ministro Gilmar Mendes. Em sua defesa, Braga nega qualquer ato irregular e que agiu de boa-fé ao editar o decreto.