Além da pressão de diversos setores da sociedade pela sua renúncia à Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PSC-AC) enfrenta agora o fogo amigo. Correligionários de seu partido costuram uma saída honrosa para a crise, que esperam contornar hoje, já que a próxima reunião da comissão está marcada para amanhã. A expectativa dos parlamentares é convencer o pastor a abrir mão do cargo a favor da vice-presidente Antônia Luciléia Ramos Câmara (PSC-AC), que enfrentaria menos resistência. Alheio às polêmicas, Marco Feliciano usou da velha estratégia de criar uma agenda positiva. Ele marcou uma viagem oficial para a Bolívia, na semana que vem, para tratar da situação de 12 torcedores do Corinthians, presos no mês passado naquele país, sob acusação de terem provocado a morte de um adolescente durante um jogo de futebol, com o uso de um rojão. A viagem ficou acertada depois de o pastor ter feito uma visita à Embaixada da Bolívia no Brasil.
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Artistas, políticos e ativistas fazem ato em repúdio ao pastor Marco FelicianoAnistia Internacional apela pela troca de FelicianoEm entrevista, Marco Feliciano afirma que só deixará comissão de direitos humanos se morrerConheça o PSC, partido do pastor Marco FelicianoSituação de Feliciano na Comissão deve ser decidida nesta semanaPSC decide manter Feliciano na presidência da comissãoSituação de Feliciano provoca bate-boca na CâmaraPSC decide nesta terça-feira o futuro do pastor Marco FelicianoCONTAMINAÇÃO É essa repercussão negativa que o PSC quer evitar que contamine também a legenda e a instituição legislativa. O que os corregelionários de Feliciano querem é convencê-lo a renunciar, uma tentativa que tem sido infrutífera desde que ele foi alçado ao cargo. Nem mesmo a afirmação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de que a situação de Feliciano na comissão se tornou insustentável e de que ocorreu um erro coletivo em sua nomeação, quebraram a determinação do pastor. Feliciano, antes de anunciar sua viagem à Bolívia, reafirmou em entrevista à TV que só deixa a comissão “morto”. O PSC busca uma saída que possa evitar inclusive que suas declarações polêmicas atraiam a atenção do Ministério Público, que pode criminalizar a conduta da Igreja onde o pastor faz sua doutrinação. Feliciano já é alvo de uma ação penal por estelionato e de um inquérito, sob acusação de homofobia, ambos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para tentar convencer o pastor, parlamentares do PSC têm apelado para argumentos pessoais como a grande exposição de sua família e de sua Igreja. No entanto, é exatamente no pessoal que Feliciano sustenta sua permanência na comissão. Ele sustenta que se deixar o cargo está admitindo ser racista e que seu filho chora ao tomar conhecimento da pecha que lhe foi imposta “injustamente”.
A próxima reunião da comissão está marcada para amanhã e, até lá, o PSC espera já ter uma solução para o impasse. O objetivo do partido é manter a presidência com a legenda, por isso a indicação de Antônia, que é economista de formação e tem perfil mais ameno e isento. No entanto, lideranças políticas acreditam que, em razão da dimensão da polêmica, será necessária a indicação de um nome com trânsito maior na áreados direitos humanos e, para tanto, a escolha seria fora dos quadros do PSC.
Magalhães denunciado
O deputado federal João Magalhães (PMDB-MG), presidente da Comissão de Finanças e Tributos da Câmara, foi denunciado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por corrupção passiva e fraude em licitação. O peemedebista foi acusado depois que a Polícia Federal deflagrou, em 2008, a Operação João de Barro, que pôs fim ao desvio de verbas por parte de prefeituras mineiras de obras de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo a denúncia, o parlamentar liderou a venda de emendas parlamentares e cobrava dos prefeitos propina de 10% a 12% sobre o valor dos repasses. Magalhães já é réu em outra ação no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a mesma acusação e pela mesma prática. O processo será enviado para análise do plenário da Corte, que decidirá se aceitará ou não instaurar a ação pena contra Magalhães.