Jornal Estado de Minas

PSC decide manter Feliciano na presidência da comissão

O vice-presidente da legenda, pastor Everaldo Pereira, admitiu que o parlamentar faz declarações incovenientes e ameaçou levar centenas de manifestantes ao Congresso, caso fosse contrariado

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba
Apesar de admitir que o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC) “desliza nas palavras” e que faz "declarações incovenientes", o vice-presidente do PSC, o pastor Everaldo Pereira, afirmou que o partido mantém a indicação dele para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. “Nós do PSC entendemos que ele não é racista e nem homofóbico. Podem até ter havido declarações inconvenientes, mas o deputado Feliciano já se desculpou pelas afirmações e qualquer um pode deslizar nas palavras”, afirmou Pereira. A declaração foi dada logo após a reunião dos parlamentares da legenda com a executiva nacional.
Everaldo Pereira leu uma nota de três páginas na qual faz um longo histórico das coligações feitas pelo PSC nos últimos anos lembrando que o partido apoiou Lula em meio a polêmicas sobre o fechamento de igrejas e também a deputada Benedita da Silva, que é negra, em duas oportunidades em que ela foi candidata à prefeitura do Rio de Janeiro.

O vice-presidente do PSC disse ainda que o partido é de paz, mas cobrou que as lideranças dos partidos da Câmara respeitem a indicação do PSC e peçam aos seus militantes que protestem de maneira respeitosa. “Não fazemos ameaças, mas se for preciso convocar centenas de militantes que pensam como nós também vamos convocar”, ameaçou.

A posição do partido contraria as declarações dadas na semana passada pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), que afirmou que o clima de “radicalização” não poderia ser aceito na Casa e que o assunto se tornava também de responsabilidade dele. "Agora passou a ser também responsabilidade do presidente da Câmara dos Deputados". Alves ainda classificou de “insustentável” a situação de Feliciano à frente da comissão.

Feliciano entrou e saiu da reunião sem dar entrevistas. Na chegada, questionado se era o "dia do fico" respondeu apenas: "é só olhar para o meu rosto". Na saída, mesmo com o respaldo do partido, saiu escoltado por seguranças e por pastores que se manifestaram de forma favorável a ele. Uma faixa trazida pelos pastores dizia: "E se Jesus renunciasse? O que seria do mundo?"

Com agências