O deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) reafirmou ontem que não pretende em hipótese nenhuma renunciar à Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara. Ele garantiu que não existe crise no colegiado e que tudo não passa de “besteiras” dos jornalistas. "Já fizemos duas sessões, e na primeira votamos toda a pauta. Na segunda, só fui impedido por causa do tempo”. Ele disse ainda que nem o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), nem o colégio de líderes podem interferir na sua decisão de permanecer no cargo. Apesar de o PSC ter anunciado na terça-feira que mantém o apoio ao pastor, em meio a pressões para que ele renunciasse, líderes partidários ainda buscam uma brecha para destituí-lo da presidência do colegiado.
"Não renuncio de jeito nenhum. O que os líderes podem fazer com a minha vida? Eu fui eleito pelo voto popular e pelo voto do colegiado", disse o pastor. Pelo Regimento Interno da Câmara, os integrantes das comissões fixas e temporárias só podem ser afastados se não comparecerem a reuniões seguidas.
Ontem pela manhã Feliciano esteve na sede da Embaixada da Indonésia para entregar um pedido de clemência a favor de dois brasileiros condenados à pena de morte por tráfico de drogas naquele país. Indagado se era o momento oportuno de fazer esse tipo de apelo, em razão da crise na comissão, o pastor se irritou. "Essa é uma pergunta estúpida. E lá existe tempo para fazer pedido de clemência?", questionou. Em seguida, dirigindo-se aos jornalistas, prosseguiu: "Vocês estão ultrapassando o meu limite de espaço. Estou aqui por um assunto sério e vocês estão de brincadeira".
A ascensão de Marco Feliciano ao comando da CDHM divide opiniões. De um lado, ativistas da causa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e defensores dos direitos das minorias protestam contra sua escolha, acusando-o de racismo e homofobia. De outro, conservadores e evangélicos defendem sua permanência no cargo e acusam os contrários de perseguição religiosa e de querer implantar uma “ditadura gay” no Brasil.
No meio desse turbilhão, quem perde é a comissão e seus representados, já que desde a eleição do pastor, no início do mês, nenhuma reunião da CDHM foi levada a cabo. Quem ganha é Feliciano, alçado de uma hora para a outra ao posto de líder conservador, suplantando até mesmo o também integrante do colegiado deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), até então um dos mais polêmicos protagonistas de ataques verbais considerados de cunho racista e homofóbico no Congresso Nacional e que tem cerrado fileira ao lado do pastor.
Com tanto palanque a seu dispor, Feliciano já sonha com voos mais altos: quer ser candidato do PSC a presidente da República em 2014. Mesmo que a ideia da candidatura ao Palácio do Planalto não vingue, o partido dá como certa a reeleição do deputado para a Câmara com votação maior do que a de 2010, quando obteve 211 mil votos e foi o parlamentar da bancada evangélica mais bem votado no Brasil.
Pastor da Assembleia de Deus e líder de 13 igrejas do Ministério Templo do Avivamento, criado por ele no interior de São Paulo em 1997 e já com sedes em vários estados, Feliciano é acusado de racismo pelo Ministério Público por causa de uma declaração considerada ofensiva aos homossexuais publicada em seu perfil no Twitter, no início do ano. O inquérito foi levado ao Supremo Tribunal Federal, mas a ação ainda não foi acatada. (Com agências)
"Não renuncio de jeito nenhum. O que os líderes podem fazer com a minha vida? Eu fui eleito pelo voto popular e pelo voto do colegiado", disse o pastor. Pelo Regimento Interno da Câmara, os integrantes das comissões fixas e temporárias só podem ser afastados se não comparecerem a reuniões seguidas.
Ontem pela manhã Feliciano esteve na sede da Embaixada da Indonésia para entregar um pedido de clemência a favor de dois brasileiros condenados à pena de morte por tráfico de drogas naquele país. Indagado se era o momento oportuno de fazer esse tipo de apelo, em razão da crise na comissão, o pastor se irritou. "Essa é uma pergunta estúpida. E lá existe tempo para fazer pedido de clemência?", questionou. Em seguida, dirigindo-se aos jornalistas, prosseguiu: "Vocês estão ultrapassando o meu limite de espaço. Estou aqui por um assunto sério e vocês estão de brincadeira".
A ascensão de Marco Feliciano ao comando da CDHM divide opiniões. De um lado, ativistas da causa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e defensores dos direitos das minorias protestam contra sua escolha, acusando-o de racismo e homofobia. De outro, conservadores e evangélicos defendem sua permanência no cargo e acusam os contrários de perseguição religiosa e de querer implantar uma “ditadura gay” no Brasil.
No meio desse turbilhão, quem perde é a comissão e seus representados, já que desde a eleição do pastor, no início do mês, nenhuma reunião da CDHM foi levada a cabo. Quem ganha é Feliciano, alçado de uma hora para a outra ao posto de líder conservador, suplantando até mesmo o também integrante do colegiado deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), até então um dos mais polêmicos protagonistas de ataques verbais considerados de cunho racista e homofóbico no Congresso Nacional e que tem cerrado fileira ao lado do pastor.
Com tanto palanque a seu dispor, Feliciano já sonha com voos mais altos: quer ser candidato do PSC a presidente da República em 2014. Mesmo que a ideia da candidatura ao Palácio do Planalto não vingue, o partido dá como certa a reeleição do deputado para a Câmara com votação maior do que a de 2010, quando obteve 211 mil votos e foi o parlamentar da bancada evangélica mais bem votado no Brasil.
Pastor da Assembleia de Deus e líder de 13 igrejas do Ministério Templo do Avivamento, criado por ele no interior de São Paulo em 1997 e já com sedes em vários estados, Feliciano é acusado de racismo pelo Ministério Público por causa de uma declaração considerada ofensiva aos homossexuais publicada em seu perfil no Twitter, no início do ano. O inquérito foi levado ao Supremo Tribunal Federal, mas a ação ainda não foi acatada. (Com agências)