Jornal Estado de Minas

Declarações de Marco Feliciano repercutem na Câmara de BH

O vereador Arnaldo Godoy afirmou que a postura do deputado configuram "quebra de decoro parlamentar"

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba

A polêmica escolha do deputado Marco Feliciano (PSC) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados continua repercutindo não só na Casa, mas em outras esferas do Legislativo. Nesta segunda-feira o assunto também tomou parte dos debates no plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). O vereador Arnaldo Godoy (PT) disse que a postura de Feliciano configura “quebra do decoro parlamentar”. “Não é pelo seu credo religioso, ele representa parcela importante da população que o elegeu, mas na condição de presidente da comissão ele não pode ter uma postura dessa”, ressaltou.

Ainda segundo Godoy, as declarações dadas pelo deputado nas redes sociais e em cultos religiosos retratam “publicamente sua homofobia e seu racismo”. O petista disse que está em constantes conversas com outros parlamentares e lideres de partidos para tentar resolver a situação. “Que as pessoas mais fragilizadas possam encontrar naquela comissão amparo”, salientou.

Já o vereador Henrique Braga (PSDB), que também é pastor, saiu em defesa de Marco Feliciano. Braga tratou a perseguição contra o deputado do PSC como pano de fundo para desviar o debate em torno de outras questões. “É sabido de todo mundo que a comissão mais importante é a CCJ . E a comissão mais importante na Câmara tem hoje três deputados condenados pela Justiça, dois do PT e um do PP. Eles tentam tirar a atenção do povo brasileiro jogando contra um deputado de primeiro mandato”, acusou. Ainda conforme Braga, até o momento não foi dado ao presidente da comissão o direito de comandar nenhuma sessão .

Braga ainda criticou o Projeto de Lei Complementar (PLC) 122 que penaliza qualquer tipo de discriminação ou preconceito em função da raça, cor, etnia, religião, gênero e também orientação sexual. "Todos nós sabemos que a briga toda esta em cima de uma PLC chamada 122 que é ilegal e anticonstituicional. A classe que defende a PEC 122 defende um direito que é ilegal . Eles defendem um privilegio que ninguém tem”, disse.

A manifestação dos vereadores foi motiva pela declaração dada no fim de semana. Durante a pregação no Ginásio da Barrinha em Passos, Sul de Minas, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias voltou a polemizar em declarações controversas. Antes de iniciar seu culto, Feliciano afirmou que a comissão que preside era anteriormente “dominada por Satanás”.

A frase foi dita pelo pastor para justificar as manifestações de repúdio que ocorriam do lado de fora do ginásio. “Antes que eu adentre a bíblia sagrada e comece a pregar, eu queria só explicar o porquê de toda esta manifestação. Pela primeira vez na história deste Brasil um pastor cheio de espírito santo conquistou espaço que até ontem era dominado por Satanás.

 

Com informações de Lucas Rage