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Dom Arns foi ao Vaticano contra ditadurasDocumentário mostra bastidores de operação secreta da ditadura militarDocumentos da ditadura estarão disponíveis na internet a partir de segundaMostra revela fatos inéditos das ditaduras do Cone SulMPF vai recorrer ao STJ contra agentes da ditadura acusados de sequestro de sindicalistaPeritos da PF exumam ossada que seria de militanteOs organizadores do ato contra a tortura reagiram. Houve bate-boca, empurra-empurra e por pouco manifestantes de um lado e de outro não partiram para o confronto físico. Finalmente conseguiram se entender e entoaram juntos "o povo unido jamais será vencido". O clima tenso, no entanto, não se desfez completamente. Somando os dois grupos de manifestantes, cerca de cem pessoas se reuniram na Cinelândia, com o reforço de uma militante do grupo Femen, que tem como marca registrada o protesto com seios à mostra.
O índio Anajé Aruak fez um discurso em que pediu atenção à causa e protestou: "Vários parentes indígenas foram assassinados durante a ditadura e ninguém fala disso". "A gente sempre participa de atos contra a ditadura, somos contra a ditadura do passado, mas também a do presente. O PCdoB participar (do governo Cabral e do protesto) é uma contradição. Eles nunca se pronunciaram sobre a Aldeia Maracanã", reclamou Fernando Soares, morador da favela de Manguinhos que se uniu à causa dos índios.
"Faz parte da democracia, nem todo mundo pensa igual. Temos que identificar nossos inimigos e eles não estão aqui neste ato. Também sou contra a retirada da Aldeia Maracanã, mas cada um tem que saber onde reivindicar o quê. Este é o momento de reivindicarmos nossos mortos e não de ver quem é mais ou menos revolucionário", disse o estudante de pedagogia Vinícius Musso, um dos militantes que levavam a bandeira do PCdoB.
Cartazes espalhados no chão exibiam imagens de vítimas da repressão. "Até hoje a família Angel não tem o corpo do Stuart para velar, prantear, enterrar. Aproveito para fazer deste manifesto um velório", disse a jornalista Hildegard Angel, irmã de Stuart Angel, um dos desaparecidos homenageados no ato público.
Ao contrário do ano passado, quando a manifestação contra a ditadura na Cinelândia coincidiu com um ato organizado por militares em comemoração ao movimento de 1964 e houve confronto entre manifestantes e PMs, desta vez não havia qualquer evento na sede central do Clube Militar. Estava previsto para o fim da tarde, na sede da Lagoa (zona sul), o lançamento do livro "Um caldeirão chamado 1964", do jornalista Aristóteles Drummond.