Jornal Estado de Minas

Dia de bate-boca no plenário da Câmara de Belo Horizonte

Léo Burguês (PSDB) aproveitou a primeira sessão plenária de abril para criticar prefeitura

Felipe Canêdo
O presidente da Câmara de Belo Horizonte, Léo Burguês (PSDB), aproveitou a primeira sessão plenária de abril para tecer críticas à prefeitura. Ele alardeou um déficit de 2,5 mil leitos hospitalares na cidade, acusou a administração municipal de ter sido omissa na questão da dengue, reclamou de vetos do prefeito Marcio Lacerda (PSB), queixou-se de questões judiciais entre o Executivo e o Legislativo e prometeu uma gestão mais independente da Casa.
“Não sou nem governo nem oposição, sou presidente da Casa”, afirmou Burguês aos colegas. O líder do governo, Preto (DEM), rebateu as críticas do colega: “Acho que nosso presidente está agindo de forma equivocada. Se ele tem algum questionamento que tem que ser resolvido com a prefeitura, não é assim que ele deve proceder. Hoje me espantou ele defender um projeto que não tem pé nem cabeça da ex-vereadora Neusinha Santos (PT), com quem ele brigava feito cão e gato”, afirmou.

Ele referia-se ao veto ao PL 14/09, que trata de uso e capitação racionais de água, que foi mantido. Antes da votação, Burguês desceu da mesa diretora e se pronunciou no microfone do plenário, dizendo ter saudades de Neusinha: “Se for mantido o veto desse projeto, vou entrar com ele de novo amanhã”. Dos 18 vetos do prefeito Marcio Lacerda (PSB) incluídos na pauta ontem, apenas sete foram apreciados, sendo que cinco foram mantidos e dois seráo votados novamente.

O líder do governo questionou o fato de o PL 177/13, que deve aumentar o salário dos servidores da Câmara, ter sido o único a entrar na pauta de hoje além dos 13 vetos remanescentes, e cobrou a numeração dos projetos do governo. “Se ele (Burguês) passou o projeto de remuneração dos servidores na frente dos outros, não está cumprindo com sua palavra. Os projetos do governo não receberam nem número ainda. Ele está usando dois pesos e duas medidas”, reclamou. O presidente da Casa argumentou que está seguindo a ordem cronológica de apresentação dos projetos e justificou que o salário dos funcionários deve ser votado obrigatoriamente agora.

Preto disse que Burguês está falando inverdades sobre a dengue e sobre o empenho da prefeitura na gestão da saúde e questionou: “É estranho ele (Burguês) falar mal da saúde se o secretário, Marcelo Teixeira, é do partido dele e está empenhado em melhorar a situação da cidade. Inclusive já encaminhou projeto de lei para a Câmara”. Burguês prometeu falar mais do assunto hoje e disse que a questão da saúde pode se tornar um caos se o Legislativo não tratar do assunto.