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Estado de Minas

Possíveis candidatos ao governo de MG cortejam prefeitos para as eleições de 2014

Vice-governador Alberto Pinto Coelho e presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, falam a gestores municipais em tom que faz lembrar candidatos em campanha ao governo do estado


postado em 02/04/2013 06:00 / atualizado em 02/04/2013 06:48

Possíveis candidatos ao governo de Minas em 2014, o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), participaram ontem em Montes Claros de um encontro que reuniu cerca de 70 prefeitos das regiões Norte e Central de Minas. Durante o evento, que teve como tema “a gestão municipal”, os dois procuraram conquistar a simpatia da plateia abordando um assunto preferido por 10 entre 10 prefeitos: a necessidade de maior repasse de recursos para os municípios.


O vice-governador anunciou que em 2013 e 2014 o governo estadual vai fazer investimentos  de R$ 28 bilhões em saúde, educação e infraestrutura, beneficiando principalmente os municípios. Já o presidente da Assembleia fez uma forte defesa do municipalismo. Alberto Pinto Coelho e Dinis Pinheiro foram a Montes Claros acompanhados de uma comitiva integrada por cinco deputados federais, entre eles o secretário nacional do PSDB, Rodrigo de Castro, seis deputados estaduais e três secretários estaduais (todos parlamentares licenciados).

Alberto Pinto Coelho, em entrevista, declarou que é pré-candidato a governador. Ele negou, no entanto, o uso do encontro com os prefeitos para fazer campanha. “A questão de 2014 é um processo que ainda demandará etapas a serem vencidas”, disse. Mesmo alegando que não pretende antecipar o debate em torno da sucessão estadual, o vice-governador acabou dirigindo farpas ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, possível candidato do PT ao governo, como se estivesse em plena disputa eleitoral. “O fato de o ministro estar ficando dentro do gabinete em Brasília, cuidando mais da questão nacional, faz com que ele não esteja acompanhando a realidade de Minas Gerais”, disparou Pinto Coelho, ao responder pergunta sobre a reclamação do ministro a respeito das leis ambientais do estado, que estariam emperrando as obras de duas barragens no Norte de Minas.

O vice-governador criticou fala do ministro, que, ao fazer palestra na cidade, em 20 de março, afirmou que o país vive em ritmo de crescimento e de otimismo. “Dizer que o Brasil vive em céu de brigadeiro não é falar a verdade. Como o país vai bem se teve um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,9% em 2012 e vive o risco da volta da inflação?”, questionou.

Dinis Pinheiro, um dos cotados para ser o candidato tucano ao governo – os outros nomes lembrados são o secretário de Ciência e Tecnologia, Nárcio Rodrigues, e Marcus Pestana –, fez um discurso em que adotou a mesma linguagem dos prefeitos, que cobram maior repasse de verbas federais para os municípios. “Infelizmente, vivemos um regime em que a Federação estrangula o estado e sufoca os municípios”, afirmou Pinheiro. Ele também defendeu o maior repasse de recursos às prefeituras, para que tenham condições de investir na assistência à saúde da população. Disse que já está em andamento projeto de lei de iniciativa popular para o recolhimento de assinaturas, visando a volta da obrigatoriedade de que 10% da arrecadação bruta da União sejam destinados à saúde.

Palestra

O Norte de Minas também já foi alvo de investida do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, pré-candidato a governador pelo PT. No último dia 20, ele proferiu palestra em evento na cidade, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Embora o tema da palestra fosse o desenvolvimento, sendo destinado a empresários, o encontro acabou ganhando o tom político, reunindo na plateia um número considerável de prefeitos, vereadores e outras lideranças, grande parte filiada ao Partido dos Trabalhadores. Contudo, o ministro ponderou: “Nós agora estamos tratando da questão do desenvolvimento. A pré-candidatura ao governo do estado fica pra depois”.


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