Brasília, 02 - O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), afirmou nesta terça-feira que a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) recuou da decisão de deixar o cargo de vice-presidente da comissão de Direitos Humanos. Ela ameaçou deixar a função após a declaração do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de que o colegiado estava dominado por satanás antes dele. Moura classificou a declaração do correligionário de "infeliz" e afirmou que cabe à Mesa Diretora da Câmara analisar a conduta dele, uma vez que já foi anunciada a apresentação de um pedido de investigação contra Feliciano na Corregedoria da Casa.
O líder criticou as declarações feitas pelo colega no culto realizado em Passos (MG). "Eu entendo que são declarações infelizes da parte dele e disse isso ao deputado. Acho que agora cabe a ele um pedido de desculpas oficial e, logicamente, que a Mesa Diretora da Casa fará uma análise das consequências da declaração mesmo porque, apesar de ser num culto evangélico, ele fez referência a parlamentares que faziam parte da comissão no ano passado e alguns que continuam fazendo parte".
Moura esclareceu que a decisão da Mesa Diretora deverá ter como base um pedido de investigação que o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) anunciou que apresentará nessa semana. Ele afirmou que a bancada do PSC já pediu antes a Feliciano que reconsiderasse sua decisão de permanecer no cargo e ressaltou que a executiva do partido decidiu apoiar o pastor. O líder reconheceu que a continuidade das polêmicas incomoda a bancada.
"É uma situação que deixa o partido incomodado, toda a bancada incomodada. As declarações do pastor também nos deixam preocupados. Mas entendo que nesse momento a coisa tomou proporções maiores que fogem da alçada da bancada e da liderança e tem que ser resolvida pela Executiva Nacional do partido e, logicamente, pela Mesa diretora da Casa", disse Moura.
Ele acredita que a conversa de Feliciano com os líderes na próxima semana poderá ser "decisiva" para que ele possa ouvir os argumentos dos que pedem sua renúncia e expor os motivos que o levam a continuar. Moura disse que o pastor fez uma avaliação precipitada ao dizer que tem sido "achincalhado" pelos líderes.