Brasília, 05 - A presidente Dilma Rousseff reuniu-se nesta quinta-feira com o tributarista Heleno Torres, no Palácio do Planalto, para discutir a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com outros candidatos, integrantes do STF e do governo, a aposta é que Torres deverá substituir o ministro Carlos Ayres Britto, que deixou a Corte em novembro. O tributarista confirmou que se reuniu com Dilma, mas disse não ter recebido o convite.
O "vazamento" do encontro no Planalto, que contou com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, irritou a presidente. Auxiliares de Dilma negaram que ela tenha tomado uma decisão sobre o assunto. Cardozo declarou que Dilma finaliza o processo de escolha, mas ressalvou que ainda não há convite feito.
Até agora, porém, o tributarista foi o único chamado para uma conversa reservada com a presidente. Torres é professor de direito tributário da Universidade de São Paulo (USP). Pernambucano, ele tem 46 anos e conta com o apoio do ministro do STF Ricardo Lewandowski, que foi revisor do processo do mensalão, do prefeito de São Bernardo do Campo, no Grande ABC (SP), Luiz Marinho (PT), e do advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams.
Torres garantiu que a presidente prometeu que ainda ouvirá outros candidatos que ela selecionou. Entretanto, outros dois aspirantes que estavam na disputa e tinham o nome lembrado praticamente jogaram a toalha nesta sexta-feira. O novo ministro do Supremo herdará a relatoria da ação penal do mensalão tucano, tendo como principal réu o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Se escolhido nos próximos dias, poderá ainda participar do julgamento dos embargos na ação penal do escândalo do mensalão do PT.