Depois de percorrer o Nordeste, a presidente Dilma Rousseff já tem traçada sua rota na estratégia eleitoral para o resto do ano. A partir de agora, ela vai levar um “kit viagem” a pequenas cidades de Minas Gerais, reduto eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e, no segundo semestre, a comitiva do Palácio do Planalto vai iniciar uma série de visitas a São Paulo, Estado em que o PT vê necessidade de quebrar a resistência dos eleitores ao partido.
A presidente vai desembarcar no Sudeste com seu pacote de equipamentos para o campo - a doação de retroescavadeiras e motoniveladoras para os municípios com até 100 mil habitantes - e para a educação, como a entrega de centenas de ônibus escolares. Esse “kit” já foi levado ao Nordeste pela petista.
Na visão do Palácio do Planalto, a missão estipulada para o trajeto de Dilma pelos Estados nordestinos foi cumprida com sucesso: ela passou seu recado ao propagandear a paternidade de bondades para a região e se saiu bem na pesquisa eleitoral realizada pelo Ibope/Estadão há duas semanas - 62% dos nordestinos declararam votar em Dilma “com certeza”, enquanto apenas 8% têm intenção de votar no governador Eduardo Campos (PSB), provável adversário da presidente em 2014.
Após visitar a Bahia na sexta-feira (5), Dilma encerrará o périplo presidencial pela região no Rio Grande do Norte, na semana que vem, acompanhada do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves (PMDB).
As visitas a Minas devem ser iniciadas em maio. A intenção é que a presidente passe por pequenos municípios, como Ribeirão das Neves, a 30 km da capital Belo Horizonte. Nas viagens, Dilma será sempre acompanhada do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Fernando Pimentel, que trabalha para ser o candidato do partido ao governo mineiro nas eleições de 2014.
Base
A presidente estará em Belo Horizonte na semana que vem para encontro do PT mineiro que contará também com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde o início do ano passado, o PT deixou de pertencer à base de apoio da Prefeitura de Belo Horizonte. O prefeito Márcio Lacerda, do PSB, foi eleito com apoio de petistas e tucanos, sustentado principalmente pelo ex-governador Aécio Neves. Lacerda conta com apoio formal do PSDB, mas a possível candidatura de Eduardo Campos à Presidência complica o cenário para o prefeito.
Segundo dados do Ibope, na porção Sudeste do País 45% dos brasileiros elegeriam “com certeza” a presidente e 12% dos entrevistados afirmaram que escolheriam Aécio.