Para o diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, Átila Roque, a postura autoritária e intolerante de Feliciano à frente da CDH revela sua pretensão de capturar a comissão para uma agenda restrita e fundamentalista. "Isso só reforça a importância do Congresso e dos partidos políticos se darem conta do enorme erro que cometeram ao colocar a Comissão dos Direitos Humanos como moeda de troca numa barganha política pelas posições no Congresso".
O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) reconheceu que a eleição de Feliciano não fere os regimentos internos da Câmara, mas afirmou que os parlamentares estão se mobilizando para tentar demovê-lo do cargo. " O PSC tem outros nomes para indicar. Nós sugerimos até o nome do Hugo Leal, que apesar de ser conservador é um cara do diálogo", afirmou Wyllys, criticando a recente atitude de Feliciano em impedir o acesso do público às reuniões da comissão.
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Advogados de Feliciano reafirmam a declaração do pastor sobre africanosMarco Feliciano consegue esvaziar plateia durante interrogatório no STFEm vídeo, Feliciano diz que Deus 'matou' John Lennon e Mamonas AssassinasConselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial repudia Feliciano no Diário OficialPara o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Assembleia Legislativa do Rio, posturas semelhantes à de Feliciano, que mistura o seu fundamentalismo com um projeto de Estado e de poder, já custaram muito caro a outras nações. "São muitos lugares no mundo que estão pagando um preço muito alto por não terem um estado laico. Estamos falando de bandeiras históricas que sempre tiveram, no estado laico, a garantia de sua existência, e hoje estão ameaçadas".
As polêmicas declarações de Feliciano têm causado desgastes dentro do próprio partido. No início deste mês, a deputada federal Antônia Lúcia, integrante da CDH há três anos, ameaçou renunciar ao cargo de vice-presidente da comissão após Feliciano afirmar que o colegiado era "dominado por Satanás".
Aliados de Feliciano argumentam que o pastor evangélico estaria sendo perseguido por uma espécie de "cristofobia", o que é contestado por representantes de diferentes entidades religiosas que estiveram presentes ontem à manifestação. "Esse movimento não é de forma alguma contra uma igreja ou uma religião. A homofobia e o racismo negam os valores essenciais do cristianismo", disse o padre Ricardo Resende, um dos fundadores do Movimento Humanos Direitos.