Recife, 08 - A deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB), de oposição ao governador Eduardo Campos (PSB), anunciou, no plenário da Assembleia Legislativa estadual, que vai pedir nesta terça-feira ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que investigue o uso eleitoral do Diário Oficial do Estado pelo governador Eduardo Campos. "O governador está usando o D.O. para fazer campanha", afirmou a deputada ao destacar que o informativo "publica até depoimentos de pessoas falando bem do governador". Campos é provável candidato à Presidência da República.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Uchoa (PDT), aliado do governador, saiu em sua defesa. Para ele, o fato de o governador protagonizar matérias e fotos na primeira página do D.O. não deve ser entendido como propaganda do governo. "É prova que o governador Eduardo Campos está trabalhando muito", afirmou ele.
Desde o dia 13 de março, sem interrupção, o Diário Oficial publicou fotos de Campos na sua primeira página. De acordo com reportagem da jornal Folha de S. Paulo, Campos ilustra a primeira página em 47 das 58 edições de janeiro a março deste ano.
Em nota, o secretário estadual de Comunicação, Evaldo Costa, informou que são impressos apenas 1.960 exemplares do Diário Oficial de PE, 90% dos quais distribuídos nas repartições públicas - assessorias jurídicas, comissões de licitação, departamentos de pessoal - para controlar atos oficiais e decisões judiciais.
"O que é publicado na parte noticiosa do Diário Oficial, desde que o mesmo existe, é apenas a cobertura jornalística dos eventos públicos nos quais o governador participa", destacou. Não há portanto, segundo ele, "nenhuma intenção de promover o governador, que, para isso, recorre a veículos adequados e mais eficazes".
De acordo com a nota, "era assim desde os anos 60, em todos os governos que passaram pelo Palácio do Campo das Princesas. É assim também em São Paulo e na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Amazonas. O mesmo procedimento é observado pelos editores dos diários oficiais da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas".