Recife, 09 - Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, a 210 quilômetros do Recife, sob suspeita de ter desviado 62 cheques no valor total de R$ 277 mil do Hospital Regional Dom Moura, do governo do Estado. O esquema seria encabeçado pela dentista e ex-diretora do hospital no período de 2007 a 2010, Maria Emília Pessoa, que teve prisão temporária decretada, junto com o ex-auxiliar administrativo Lúcio Ferreira Duarte Neto, o ex-porteiro do hospital Marconi Souto Araújo - em cuja conta bancária foram depositados os 62 cheques - e a mulher dele, Maria Veridiana da Costa Vieira, que continua trabalhando como servidora do Departamento Financeiro do Dom Moura.
As investigações tiveram início em janeiro de 2010, a pedido da Secretaria Estadual de Saúde, que descobriu um desvio de dois cheques totalizando R$ 10 mil no hospital, a partir de denúncia de um fornecedor. A Polícia Civil foi acionada e concluiu o trabalho há seis meses, encaminhando-o ao Ministério Público Estadual, que decidiu aprofundar as investigações por meio do grupo de combate à corrupção. Identificou mais 62 cheques desviados.
De acordo com o procurador-geral do MPPE, Agnaldo Fenelon, na operação, também foram apreendidas câmeras fotográficas, notebooks, pen drives e outros materiais que serão analisados pelos promotores e equipe técnica do Ministério Público. Fenelon adiantou que outras prisões poderão ser pedidas, se for descoberto que mais recursos tenham sido desviados. "As investigações continuam", afirmou.
Eventos
No Recife, o MPPE cumpriu dois mandados de busca e apreensão em duas empresas de promoções e eventos - Luan e Mota - a pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), para a desarticulação de esquemas de contratações fraudulentas de apresentações artísticas pela prefeitura de Guamaré (RN).
Foram apreendidos computadores, documentos, dois carros e dinheiro nas duas empresas. Na Mota Promoções e Eventos, foram recolhidos R$ 6,9 mil. Na Luan Promoções e Eventos, R$ 43.489,00, cheques no valor total de R$ 1,7 milhão, mil dólares e 16.800 euros. De acordo com o MPRN, o sistema consistiria na contratação de bandas e serviços por valores superfaturados. Somente em dois eventos de 2012 - carnaval e festa da emancipação política da cidade -, foram despendidos R$ 6,1 milhões com as contratações. No caso das empresas pernambucanas, um dos sócios da Mota teria sido responsável pela negociação superfaturada de nove atrações musicais no carnaval 2012, enquanto a Luan representou duas bandas com faturamento de preços para a festa de emancipação política.