A relação entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a Câmara Municipal tem apresentado indicativos de que não anda tão bem. Pelo menos em dois momentos nas últimas semanas, vereadores de partidos que formam a base de sustentação do governo de Marcio Lacerda (PSB) fizeram críticas públicas à administração do socialista ou a integrantes do primeiro escalão do governo. Seja pelo aumento dos casos de dengue na capital ou por dificuldades no relacionamento, o certo é que os parlamentares, independentemente se da base ou não, tem sido duros ao se referir à administração municipal.
Leia Mais
Dia de bate-boca no plenário da Câmara de Belo HorizonteDebate sobre sexualidade esquenta plenário da Câmara de BHCâmara de BH promove audiência pública para discutir orçamento de 2014Vereadores 'esquecem' projetos e 32 propostas caducam na Câmara de BHVereadores debatem fim dos próprios salários com autor da propostaNa semana passada foi o próprio presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB), quem pegou o microfone e protestou. Burguês apontou um déficit de 2,5 mil leitos hospitalares em BH e acusou a administração municipal de ter sido omissa com a dengue. Além disso, o tucano reclamou de questões judiciais entre o Executivo e o Legislativo e voltou a ressaltar que pretende ter uma gestão independente. “Não sou nem governo nem oposição, sou presidente da Casa”, declarou.
De acordo com o líder de governo na Câmara, vereador Preto (DEM), não existe qualquer dificuldade na relação. O que, segundo ele, tem ocorrido é um excesso de demanda por parte dos próprios vereadores que tem solicitado inúmeras audiências, principalmente com os dois secretários, e isso tem dificultado a comunicação. “Dessa forma o secretário não consegue trabalhar. Ele tem tido boa atenção. Mas ele vai atender vereador ou vai atender a cidade. Tenham calma que todos serão atendidos”, salientou. Na mesma linha, a assessoria da PBH afirmou que o secretário não iria se manifestar sobre os comentários específicos de um vereador, mas afirmou que não existe problemas nos trato com a Câmara.
Atualmente, apenas sete projetos encaminhados pelo Executivo tramitam na Casa. Apesar de alguns deles terem sido enviados em janeiro, só neste mês foi que começaram a tramitar na Casa. Isso também se deve à quantidade de vetos do prefeito Marcio Lacerda, alguns desde o ano passado, que aguardavam ser analisados e acabaram obstruindo a pauta de votações e impedindo os novos projetos de serem apreciados.