Jornal Estado de Minas

Carvalho: Abin monitorou Suape por razões econômicas

Agência Estado
São Paulo, 10 - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, admitiu hoje que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou o Porto de Suape, em Pernambuco, e disse que a medida foi necessária por questões econômicas, não políticas. "Porto é uma coisa que não pode parar, vocês sabem (a importância) disso para a economia. Era mais que legítimo que a Abin passasse para nós informações dos riscos: 'Olha, pode paralisar o porto.' E a repercussão disso na economia, qual é?", justificou o ministro, que teve compromissos em São Paulo neste quarta-feira.
Ao assumir a preocupação do governo com o funcionamento do Porto de Suape diante do risco de paralisação dos portuários, Carvalho disse que é obrigação do governo cuidar das áreas estratégicas para o País. "Qualquer país tem que vigiar, tem que cuidar, tem que ter informações sobre áreas que são estratégicas para o país. Porto não é uma brincadeira, tem repercussão econômica", completou o ministro, reforçando que "governo que não trabalha com inteligência é um governo cego". Ele reafirmou que qualquer Estado no mundo precisa ter um mínimo de serviços de informações para trabalhar adequadamente. "(O monitoramento) tem a ver com manter o governo informado sobre os riscos para a questão da infraestrutura portuária e do funcionamento dos portos, claro."

Carvalho rechaçou a tese de que a Abin estaria supervisionando politicamente o movimento sindical no Estado governado por Eduardo Campos (PSB), possível candidato à Presidência da República em 2014. "Nós não precisamos de arapongagem sobre o movimento porque temos um diálogo com o movimento o tempo todo. Nós não somos um governo repressivo, da ditadura, que tem de infiltrar gente para saber das coisas", afirmou.

Carvalho se reuniu com representantes do Movimento Nacional de Catadores de Lixo e com um representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir um projeto que viabilize a promoção do artesanato de comunidades pobres por meio de material reciclado.