O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, pediu aos fiéis ontem, durante um culto em uma igreja evangélica de Samambaia Sul, que comprassem um kit de CDs para ajudá-lo. “Se comprar o kit, vai me ajudar a carregar este fardo”, explicou, referindo-se às acusações que vem sofrendo na Câmara. Reclamou que está sendo assediado por manifestantes que não o querem na presidência da comissão. Feliciano contou que não pode mais viajar, pois é hostilizado nos aeroportos por onde passa, mas disse que não pretende renunciar ao posto na Câmara. No evento religioso, o parlamentar evitou falar sobre outros temas, principalmente aqueles que o levaram a ser acusado de homofobia e racismo.
Durante mais de uma hora, Feliciano pregou para cerca de 250 fiéis que lotaram o Templo da Família, em Samambaia Sul. O público, uma mescla de pessoas humildes e de outras mais elegantes, ouviu as palavras dele, que abordou um tema voltado para o autoconhecimento. Só no final reclamou. “Tenho passado dias difíceis”, disse. “Não consigo mais andar pelo aeroporto. Me passam vergonha”, afirmou Feliciano, acrescentando: “Quase me batem”. Ele contou aos fiéis que viaja para sua cidade — Penápolis, no interior paulista — de carro, para evitar aviões. Cancelou dois compromissos no fim de semana, no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.