Segundo o ministro, é possível discutir um período de transição para que aqueles menores infratores que completem 18 anos durante a pena no abrigo sejam deslocados para outro espaço. A redução da maioridade penal, no entanto, não acabará com fatos trágicos como o que ocorreu na capital paulista, na avaliação de Carvalho. "Eu acho que a ilusão de que reduzindo a idade penal vai resolver alguma coisa no país vai nos levar daqui a pouco a reduzir a idade penal para 10 anos, porque os traficantes, porque os bandidos vão continuar usando o menor".
"Ao mesmo tempo que temos uma profunda dor e uma solidariedade com a situação como essa, é próprio e necessário que os governantes tenham muita maturidade no que falam e naquilo que propõem em uma hora como essa. A situação é muito mais complexa do que ficar mexendo na questão da idade penal", disse Carvalho.
Sobre o Juventude Viva, ele destacou que o programa oferecerá oportunidades aos jovens negros que vivem na periferia. "O Juventude Viva é um programa que previne, que dá alternativa sobretudo ao jovem negro da periferia, que é a principal vítima, para que ele tenha alternativas que não seja o tráfico de drogas, que o tire do desemprego, que o tire da situação de marginalidade", disse Carvalho, acrescentando que o programa depende da parceria com estados e municípios e inclui projetos culturais e qualificação profissional.