Um dos ministros responsáveis por uma pasta com obras espalhadas por todo o país acredita que a sensação de inflação ainda não chegou às camadas mais pobres da população. Apesar de o índice pesar também sobre essas famílias, sobretudo na chamada inflação de alimentos, medidas anunciadas recentemente pela presidente Dilma em cadeia de rádio e televisão, como a desoneração das contas de luz e dos produtos da cesta básica, ajudam a aliviar a pressão inflacionária no imaginário dos brasileiros mais carentes.
Mas a elevação dos preços já começa a ser sentida nas classes alta e média, um segmento do eleitorado que a presidente agregou ao PT após a eleição e que resistia ao petismo durante os anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. É justamente essa faixa da população, a que mais cresceu no país nos últimos anos, que está sendo disputada por PT, PSDB e PSB.
Pauta comum
Por isso, na visão dos petistas, Aécio Neves e o governador de Pernambuco e presidente do partido socialista, Eduardo Campos, intensificaram tanto o discurso econômico nos últimos meses. “Eduardo só colocou a ‘cabeça para fora’ porque a economia estagnou no fim do ano passado. Quando retomarmos as rédeas do crescimento, ele ficará sem discurso alternativo para apresentar aos brasileiros”, declarou ao Estado de Minas um cacique petista no Congresso. O PSB pretende intensificar as viagens de Eduardo Campos no que classificou de “Triângulo das Bermudas mais um”, representado por Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Os quatro são os maiores colégios eleitorais do país, e em todos eles os socialistas enfrentam problemas. “Em Minas, dos quatro mandatos de prefeito que tivemos (duas reeleições), dois deles aconteceram graças a alianças com o PT (Célio de Castro) e os outros dois apoiados pelo PSDB (Marcio Lacerda)”, lembrou um dirigente do PSB.