Caso a Câmara aprove o projeto nesta terça-feira e o envie para votação no Senado, também em regime de urgência, a ideia dos dirigentes do novo partido é fazer o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no mesmo dia. Desse modo, o MD teria os direitos ao fundo partidário e ao tempo de TV garantidos, porque se registraria antes da aprovação da lei e da sanção por parte da presidente Dilma Rousseff. Para o deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS e futuro presidente do novo partido, "a proposta que cria dificuldades para os novos partidos é um ato de violência que vem sendo patrocinado pelo governo".
O alvo seria, segundo ele, além do partido que surgirá da fusão do PPS com o PMN, o Rede, que está sendo criada pela ex-ministra Marina Silva, e o Partido da Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), ainda no PDT. Marina ainda está longe de alcançar as assinaturas necessárias para registrar o seu partido. Nesse caso, mesmo com os apoios para a formação do Rede, sua candidatura ficaria inviabilizada, porque não disporia de tempo na TV para fazer a campanha.
Para o autor da proposta, Edinho Araújo, "os partidos só devem ter o tempo de televisão, de rádio e o fundo partidário após passar pelas eleições". Não foi o que ocorreu com o PSD de Gilberto Kassab. Criado há dois anos, o partido foi autorizado pelo TSE a contar com o tempo de TV e com o dinheiro do fundo partidário. Kassab disse, na semana passada, que apoia as regras restritivas. Seu partido, no entanto, está dividido quando ao apoio à urgência da votação do projeto.