Brasília, 16 - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, criticou nesta terça-feira o pedido de advogados de "mensaleiros" para adiar a publicação do julgamento, prevista para ocorrer até a próxima semana. De acordo com Gurgel, o adiamento seria "maluquice". "Suspender a publicação do acórdão é maluquice. Isso é maluquice", disse.
O STF está dividido sobre se o plenário deve analisar um recurso no qual os advogados pediram acesso antecipado aos votos escritos. Parte dos ministros defendeu nesta terça-feira que o presidente do Supremo e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, submeta o caso à análise do plenário. "A ordem natural das coisas é votar, antes, em plenário, os agravos regimentais. Esse agravo tem que ser levado ao colegiado", disse o ministro Marco Aurélio Mello.
Mas o ministro Gilmar Mendes afirmou que é necessário publicar o resultado do julgamento. Segundo ele, está se fazendo 'muita mística' em torno dos recursos. "Está se fazendo muito lenda urbana em torno deste assunto. A rigor, temos é que publicar o acórdão e seguir os passos. Se for preciso dar prazo, ok, pode-se dar ou não", afirmou.
Ministros do STF estão mobilizados tentando convencer Barbosa a submeter os recursos à análise do plenário. Mesmo integrantes do tribunal que votaram pela condenação de réus consideravam um erro do presidente da Corte não levar o assunto ao plenário. Na quinta-feira (11), a reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" presenciou uma conversa entre o decano do Supremo, Celso de Mello, e o presidente da Corte. Celso de Mello fazia uma ponderação para que Barbosa levasse os recursos a julgamento pelo plenário antes da publicação do resultado do julgamento. Uma hora depois, um grupo de advogados protocolou o recurso pedindo que o plenário analise os requerimentos para concessão de mais prazo antes da publicação do julgamento.