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PT não tem como alvo investigar Luiz Fux, diz Rui FalcãoFux cancela festa de aniversário paga por advogadoAcusado por Dirceu, Fux diz que não polemiza com réuTJ-MG cancela audiências sobre tráfico de órgãosNo Tribunal de Justiça, o convite distribuído aos 180 desembargadores para a festa de 60 anos de Fux, na casa do advogado Sergio Bermudes, foi motivo de desconforto. A festa acabou cancelada, para alívio de muitos magistrados. Fux tem um bom trânsito no tribunal e, na avaliação de alguns desembargadores, a inclusão de Marianna na lista tríplice a ser encaminhada ao governador Sérgio Cabral seria garantida.
No governo do Estado, o constrangimento acontece pelo fato de que dificilmente Cabral vetaria o nome de Marianna, se nem a OAB nem o TJ excluíssem a filha do ministro do Supremo. Questionado sobre o assunto, Cabral afirmou, na semana passada, que a candidatura de Marianna não chegou aos seus ouvidos e que sabe, apenas, que se trata de uma advogada "brilhante".
Se formalizar a candidatura, Marianna não será a única filha de um ministro do Supremo a disputar uma vaga do quinto constitucional. Filha de Marco Aurélio Mello, a advogada Letícia de Santis Mendes de Farias Mello está na lista sêxtupla enviada pela OAB federal para uma vaga do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange Espírito Santo e Rio de Janeiro. Se os desembargadores federais votarem em Letícia para a lista tríplice, a decisão final será da presidente Dilma Rousseff.
Bermudes
"Ser filho de um ministro não pode significar estigma. O que acontece é que (no caso de se candidatar a uma vaga em um tribunal) fica absolutamente vedado ao pai, tio ou parente interferir nesta disputa. No caso da comemoração do aniversário do ministro Fux, já que desembargadores foram convidados, o ideal seria que a filha não comparecesse. Mas não se pode impedi-la de se candidatar. Pode ser uma moça de extraordinário valor", diz o presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB federal, Valmir Pontes Filho.
Em relação à atuação de Fux em alguns processos de interesse do advogado Sérgio Bermudes, de quem é amigo há 40 anos, Valmir Pontes diz que a melhor atitude é, como fez o ministro, formalizar o impedimento, mas não há comprometimento do processo se votar em um ou outro caso. "Se o ministro prefere se julgar impedido, tanto melhor. Mas ele pode, tendo a consciência tranquila consigo mesmo, votar contra ou a favor, naturalmente dentro da prova dos autos" diz o advogado. (Colaborou Marcelo Gomes)