A pressão das duas maiores bancadas da Câmara, no entanto, não foi suficiente para acelerar a votação. Entre discursos, pedidos de verificação do quórum e muito bate-boca, a lista de requerimentos só terminou por volta das 22h. Ainda foram apresentadas emendas ao parecer do relator, Geraldo Magela (PT-DF), como a que marca a validade da mudança a partir de 2015. Todas, porém, foram rejeitadas e se tornaram destaques de plenário, analisados noite adentro. O único com possibilidade de aprovação era o que redistribui a cota comum a todos os partidos do tempo de tevê. Na prática, a proposta recupera a fatia das legendas que perderam deputados para o PSD, mas reduz ainda mais a parte que caberia aos novos partidos.
Tensão
Em um dos momentos de maior tensão, o deputado Domingos Dutra (PT-MA), que pretende migrar para a Rede de Marina, subiu à tribuna aos gritos: “A presidente Dilma Rousseff não precisa desse casuísmo. Por que esse medo da Marina Silva, que nem partido tem? Isso é uma injustiça, uma esculhambação!”, esbravejou o parlamentar, até ter o microfone desligado.
O líder do PT, José Guimarães (CE), rebateu: “Isso não é uma questão de governo, mas de partido. Queremos o fortalecimento de legendas que contribuem para o país e o fim de partidos de ocasião e de aluguel. Não estamos aqui orientados pelo Palácio do Planalto, mas honrando o nosso legado”.