Após a renúncia, o ex-prefeito, que é empresário e proprietário de uma loja de material de construção civil na cidade do Vale do Rio Doce, distante 380 quilômetros de Belo Horizonte, viajou com a família para destino desconhecido. A reportagem do Estado de Minas deixou recado na empresa e na casa de Ronaldinho, mas ele não retornou as ligações. O que se sabe, enquanto o prefeito não revela as razões, são apenas especulações, que alimentam as conversas na cidade de 27 mil habitantes.
Questionado, o presidente da Câmara, Washington Torres (PV), não soube explicar qual o motivo da renúncia de seu correligionário. “Nem nós sabemos”, disse. O vereador informa que o prefeito convocou uma reunião extraordinária na Câmara para a noite de quarta-feira para fazer um balanço de seus 100 primeiros dias de governo. Após apresentar todas as ações que empreendeu, pediu a palavra novamente e leu sua carta de renúncia. “Somos aliados, fomos companheiros na campanha e o motivo da renúncia é uma pergunta que não quer calar”, afirma o vereador. Porém, Torres deixa uma vaga pista. “Ele é evangélico, e de acordo com a religião ele não pode contrariar certos princípios”, especula o vereador.
O atual prefeito, que foi empossado nessa sexta-feira, João Batista Marçal (PT), também é incapaz de esclarecer o mistério. Marçal foi vereador por três ocasiões e, ao contrário de Ronaldinho, já era um político de carreira em Mutum. “O Ronaldo era empresário do ramo de construção. Juntou-se com outras pessoas para montar o PV na cidade, pois queria mudar a política. Conseguiu ser eleito na primeira vez”, explica o atual prefeito.
Marçal acredita que Ronaldinho deixou a prefeitura em boas condições financeiras, porém ainda não sabe como está o caixa. O orçamento de Mutum é de R$ 40 milhões por ano.