Ao mesmo tempo, tanto Fernando Henrique quanto Aécio tentaram amenizar rumores de que Serra irá deixar o PSDB por insatisfação com a possível candidatura do senador. Ontem, o ex-presidente chamou o parlamentar mineiro de “meu candidato”. “Serra tem idealismo político suficiente para sentir o momento. É muito preparado. Talvez não tenha ninguém mais preparado que ele, mas a questão eleitoral é um pouco diferente disso. Ele tem que dar um tempo ao tempo”, avaliou.
Segundo Aécio, o ex-governador de São Paulo é “uma figura extremamente importante para as oposições no Brasil”. “É uma referência de seriedade, de respeitabilidade”, disse. O ex-presidente e o senador negaram ter ouvido de Serra o desejo de abandonar o partido. Porém, Aécio, em meio a declarações durante entrevista depois da participação no congresso, se referiu ao ex-governador como alguém que já tivesse deixado a legenda. “O PSDB vai estar sempre de portas abertas (para Serra). Até porque não sou eu quem abre essas portas. Ele próprio construiu o PSDB. Então a nossa vontade é que esteja ao nosso lado”.
O senador negou estar em curso entre os tucanos conterrâneos de Serra uma divisão que possa prejudicar a sua possível candidatura. “O que tenho visto é o PSDB de São Paulo muito unido. Tive a oportunidade e presenciei isso. Há um entusiasmo muito grande com a possibilidade novamente de disputarmos a Presidência da República. Estou muito feliz com todas as manifestações do partido no estado. Não posso querer mais do que tenho recebido”, pontuou.
Novos partidos
Aécio voltou a reclamar da possibilidade de legendas que estão prestes a serem criadas não terem acesso ao Fundo Partidário e a horário eleitoral gratuito no rádio e televisão, conforme estabelecido em projeto de lei aprovado em primeiro turno na quarta-feira pela Câmara Federal. Serão afetados, se a proposta virar lei, o Rede, da ex-senadora Marina Silva, e o Solidariedade, do deputado Paulinho da Força (PDT-SP). Para Aécio, o governo federal fez pressão para que sua base na Casa aprovasse o projeto. “É uma demonstração, acho eu, de receio com o processo eleitoral. Poucas vezes se viu o governo agir de forma tão casuística para interferir de forma tão dura no processo legislativo”, disse.
Como possível pré-candidato, Aécio quer o maior número de concorrentes possíveis na disputa de 2014, o que poderia contribuir para a realização de um segundo turno, tendo do outro lado a presidente Dilma Rousseff (PT). No discurso oficial, no entanto, o senador alega que mais concorrentes significam nível maior de pluralidade na eleição. “Todas as candidaturas que têm o que dizer são importantes, independentemente do desfecho eleitoral”, afirma o parlamentar.