Jornal Estado de Minas

Oposição ensaia retomar bloco em Minas de oposição ao governador Anastasia

Em reunião com o pré-candidato ao Palácio da Liberdade, ministro Fernando Pimentel, deputados do PT, PMDB, PCdoB e PRB planejaram ações na Assembleia Legislativa

Marcelo da Fonseca
O pré-candidato do PT ao Palácio da Liberdade, ministro Fernando Pimentel, se reuniu com líderes do PT, PMDB, PCdoB e PRB no Ninho das Águias - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Pr
Para quebrar a hegemonia tucana no governo de Minas nas eleições do ano que vem, integrantes dos partidos de oposição no estado pretendem atuar de forma mais coesa nas críticas ao governador Antonio Anastasia (PSDB). Nessa segunda-feira, em almoço com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e pré-candidato do PT ao Palácio da Liberdade, Fernando Pimentel (PT), parlamentares do PT, PMDB, PRB e PCdoB começaram a planejar a retomada do bloco de oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que se desfez no fim de 2011. A reunião foi no chamado Ninho das Águias, que funciona no último andar do Anexo da ALMG. A intenção, segundo os deputados, é unificar o grupo ainda este ano, construindo desde já um discurso mais duro para a disputa de 2014.
No encontro, os deputados cobraram de Pimentel uma presença mais efetiva em Minas para fortalecer as estratégias da oposição. Questionado sobre as articulações para a campanha estadual, o ministro preferiu não comentar as conversas entre as legendas, mas avaliou que, com a nomeação de Antônio Andrade (PMDB-MG) para o Ministério da Agricultura, a presença do governo federal no estado será mais constante. “Tenho vindo na medida da disponibilidade da agenda e do interesse no estado. Não forço minha presença em Minas Gerais, até porque sou mineiro e não preciso disso. Mas tenho estado em tudo que diz respeito ao meu ministério na agenda mineira”, pontuou o ministro.

Para os deputados dos quatro partidos, a existência de dois pré-candidatos ao governo de Minas – além de Pimentel, o senador Clésio Andrade (PMDB) declarou sua intenção de disputar o Palácio da Liberdade – não será um obstáculo para a atuação do bloco. A intenção é criar um discurso único para o grupo e só no ano que vem definir se haverá uma ou duas chapas de oposição. “Fazer esse bloco é formalizar o que já existe na prática e os entendimentos estão se tornando maiores. O projeto é um só, seja do senador Clésio ou de Pimentel, podendo haver duas candidaturas ou uma. O que for mais conveniente à vitória, nós adotaremos. Isso vai depender da estratégia”, analisou o líder do PMDB na Assembleia, deputado Adalclever Lopes.
 
Idas e vindas

O bloco de oposição foi desfeito duas vezes em razão de articulações eleitorais. Os peemedebistas se uniram aos petistas em outubro de 2009, mas em julho de 2010, pouco antes das eleições nacionais, se separaram porque integrantes do PMDB se consideraram preteridos na formação de coligações eleitorais.

Na legislatura que se iniciou em 2011, PMDB, PT PCdoB e PRB formaram novamente o bloco, mas foi por pouco tempo. Já no fim daquele ano, em virtude da eleição na capital, nova ruptura. Parlamentares do PMDB não gostaram de ter sido preteridos na articulações para o pleito de 2012. Antes do rompimento de última hora entre o PT e PSB, de Marcio Lacerda, integrantes do PT defendiam publicamente a manutenção da aliança feita em 2008 com os tucanos. “Nas últimas eleições não concordamos com a aproximação entre PT e PSDB, por isso aconteceram desencontros. Agora voltamos a uma mesma direção, buscando um projeto único”, garante o líder do PMDB na Assembleia.