Um grupo de promotores da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, que trata de questões relacionadas a populações indígenas, vai estudar o recém descoberto Relatório Figueiredo, produzido pelo Ministério do Interior e desaparecido por mais de 40 anos, em busca de provas e pistas sobre violações de direitos humanos em índios no período da ditadura militar. O inquérito, conforme revelou o Estado de Minas, foi descoberto no fim de 2012 no Museu do Índio do Rio de Janeiro, e contém mais de 7 mil páginas de depoimentos e denúncias sobre chacinas, torturas e formas de exploração de tribos de todo o país.
“Ele é um documento detalhado e vai nos ajudar porque trata exatamente do tema sobre o qual o grupo de trabalho Violação dos Povos Indígenas e Regime Militar está se debruçando”, afirma o procurador no República do Rio de Janeiro, Antônio Cabral.
Uma antiga prisão indígena, conhecida como Reformatório Krenak, localizada em Resplendor, no Vale do Rio Doce, é assunto de interesse do grupo, que já apresentou representação. No local, segundo denúncias, teriam acontecido torturas sistemáticas de índios. Tema muito presente no relatório, as demarcações de terras indígenas são uma das preocupações do MPF.