Nem a pressão dos representantes do Instituto de Previdência dos Servidores de Minas Gerais (Ipsemg), que ocupavam as galerias da Assembleia Legislativa, foi suficiente para fazer os parlamentares votarem nessa quarta-feira o projeto de lei que traz uma série de reajustes e mudanças em 14 grupos de atividade do estado. O acordo anunciado para aprovar em primeiro turno o texto que concede aumentos de 5% a 50% para várias categorias esbarrou na obstrução do PRB e do PMDB, que criticaram a falta de discussão prévia das matérias antes de chegarem ao plenário. Governistas tentam um acordo para retomar hoje a votação mas a expectativa é que ela fique para semana que vem.
Quem pediu a suspensão foi o deputado Gilberto Abramo (PRB), pleiteando que o governo retirasse o pedido de urgência do projeto de lei que dá incentivos financeiros a pesquisadores, para que o projeto dos servidores pudesse ser votado na frente. Ocorre que, como ele está trancando a pauta, o “carreirão” só pode ser votado depois deste texto. Abramo questiona o artigo que permite dar incentivos de até R$ 50 mil previamente para quem se dispuser a desenvolver ideias. “Como dar incentivo sem saber se a ideia vai prosperar ou não?”, argumenta.
Segundo os governistas, a urgência não será retirada, já que o projeto é prioritário para o Executivo. Com a matéria trancando a pauta, a estratégia é usar o projeto do aumento dos servidores para aprovar junto a bolsa para o desenvolvimento de projetos tecnológicos no estado. Os peemedebistas, solidários ao pleito de Abramo, por quem já foram liderados quando o parlamentar era do PMDB, também reclamam a falta de participação nas discussões dos projetos antes de eles chegarem a votação. Também querem incluir emendas ao projeto dos servidores.
O líder do governo, Bonifácio Mourão (PSDB), afirmou que tentará um acordo com a oposição. Enquanto não consegue, a estratégia é esperar as quatro reuniões em que o projeto dos incentivos precisa ficar em pauta para discussão para tentar votar na terça-feira que vem e liberar a aprovação dos reajustes.