Brasília – O Planalto conseguiu vencer nessa quarta-feira a primeira batalha para ver aprovado o projeto que unifica as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com apenas dois votos contrários, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deu parecer favorável ao projeto que pretende pôr fim à chamada guerra fiscal. Pela proposta, relatada pelo senador sul-mato-grossense Delcídio Amaral (PT), 94% das transações entre os estados terão taxa única de 4%. Ficam de fora dessa taxação os produtos industrializados e agrícolas fabricados no Espírito Santo e nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Hoje tributados em 12% na origem, eles passarão a pagar 7% ao fim do processo, que deve demorar 15 anos.
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Senadores divergem sobre alíquota única para ICMSImpasse entre os estados em torno do ICMS continuaMP que compensa estados por unificação do ICMS é prorrogada por ato do CongressoComissão do Senado pode concluir hoje votação de projeto que unifica ICMSFundo de Desenvolvimento Regional vai compensar perda com o fim da guerra fiscalSenador garante votação de projeto que unifica alíquota do ICMS Guerra fiscal entre os estados volta a ser discutida esta semana no CongressoSenador busca acordo para votação do projeto que unifica ICMSVotação dos destaques sobre alíquota única de ICMS fica para semana que vemFeriado leva comissão do Senado a adiar votação sobre alíquota de ICMSFica pronto relatório de MP que acaba com a guerra fiscal entre os estadosOutra importante alteração votada nessa quarta-feira foi a de que o projeto só entrará em vigor com a criação, por meio de emenda à constituição, dos dois fundos de compensação que o governo prometeu criar para mitigar as perdas dos estados que sofrerem perdas de recursos com o fim da guerra fiscal. A ideia é que esses fundos já comecem a operar em 2014, com recursos do Orçamento Federal e de linhas de crédito operacionalizadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A reclamação dos parlamentares e dos secretários de Fazenda dos estados afetados é que a falta desses dispositivos constitucionais poderia fazer com que, em anos difíceis, o governo optasse por não fazer as transferências de recursos para essas regiões.
Insegurança
Para facilitar a aprovação da unificação das alíquotas do ICMS, o governo mandou para a Câmara dos Deputados um projeto de lei complementar que viabiliza a convalidação dos benefícios tributários inconstitucionais (PLP 238/13). A intenção é evitar que a simples derrubada desses incentivos por uma súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF) aumente a insegurança jurídica em torno dos investimentos em execução com base nesses instrumentos. Como a proposta está na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o senador Wellington Dias (PT-PI) apresentou no Senado projeto com idêntico teor, o PLS 124/2013.