Jornal Estado de Minas

PT quis apunhalar a candidatura de Marina Silva, diz coordenador da Rede

- Foto:
A decisão do ministro Gilmar Mendes de conceder liminar, na noite dessa quarta-feira - para sustar tramitação de projeto de lei no Senado criando restrições à criação de partidos-, deve ajudar a barrar "o rolo compressor do governo federal no Legislativo para prejudicar a candidatura da Marina Silva à Presidência da República", avalia o o coordenador estadual da Rede Sustentabilidade em Minas e membro da Executiva Nacional do partido, ex-deputado federal José Fernando de Oliveira.

O Planalto promoveu entre seus aliados a aprovação com urgência, na Câmara, desse projeto e caminhava para conseguir o mesmo êxito no Senado, não fosse a liminar do ministro Gilmar Mendes. Além dos correligionários de Marina, lideranças de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) também criticaram a iniciativa, que avaliam ter como principal propósito impedir a candidatura de Marina Silva no ano que vem.

Para José Fernando, que comemorou nesta quinta-feira a deliberação do ministro, após mandado de segurança protocolado pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) no Supremo Tribunal Federal, a aprovação do projeto com apoio da base aliada do governo federal demonstra “preocupação do PT e de Dilma com a candidatura de Marina e com o debate que ela irá propor durante a campanha".

José Fernando avaliou que a decisão de Gilmar Mendes vem reparar “um absurdo jurídico” aprovado na Câmara e, provavelmente, no Senado de mudar as regras da legislação eleitoral para atender interesses políticos-partidários. “O PT quis apunhalar a candidatura da Marina com o mesmo punhal que a ditadura usou contra os petistas. Aprovar esse projeto é antidemocrático", avalia José Fernando.

Marina em BH


Marina Silva chega a Belo Horizonte neste sábado, onde participa de atividades de rua para colher assinaturas para o partido, Rede Sustentabilidade. A legenda foi lançada em fevereiro deste ano e para conseguir o registro definitivo junto ao Tribunal Superior Eleitoral deve conseguir no mínimo 500 mil assinaturas de eleitores em nove cidades. Esse prazo deve ser cumprido, caso a ex-senadora queira disputar a eleição em 2014, um ano antes do pleito, ou seja, em outubro deste ano.

José Fernado diz que esta meta está perto de ser alcançada. “Vamos fechar abril com 300 mil assinaturas coletadas”, garante. Diante desse quadro, não é à toa que Marina desembarca na capital neste sábado e fica por dois dias na cidade. Em 2010, no primeiro turnos das eleições, Marina, então candidata à presidente da República, ficou em primeiro lugar na capital mineira, com 40% dos votos, batendo seus oponentes Dilma Rousseff (31%) e José Serra (28%).