Na mesma linha do slogan "é possível fazer mais", o governador de Pernambuco e possível candidato do PSB à sucessão presidencial de 2014, Eduardo Campos, apresenta-se nesta noite ao eleitorado brasileiro no programa do horário partidário da legenda. Adotando um discurso crítico ao governo federal, Campos diz que é preciso avançar ou "corremos o risco de regredir nas conquistas do nosso povo". "O Brasil precisa dar um passo adiante. E nós do PSB vamos dar este passo junto com o Brasil", enfatiza o presidenciável.
Aparecendo sempre em primeiro plano, algumas vezes com foco destacado nos olhos azuis, o líder pessebista destaca no início do programa as conquistas dos últimos anos, como a estabilidade econômica e a retirada de 20 milhões de brasileiros da miséria absoluta. Segundo ele, isso foi possível graças a um "amplo pacto social e político" no País. "Uma união de forças que exigiu toda vez que precisou passar para um novo patamar histórico. E é isso que precisa acontecer agora. Um pacto em torno de ideias e compromissos com o novo Brasil", sugeriu. A produção é da agência Link Comunicação, do publicitário Edson Barbosa, que produz as peças do PSB há 10 anos.
Campos é apresentado no programa, junto com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, como o governador e o prefeito mais bem avaliados do Brasil, respectivamente. O partido lembra o dia 25 de abril de 1984 e o movimento pelas eleições diretas, mostrando imagens de personagens históricos, como Tancredo Neves, Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e o avô de Eduardo Campos, Miguel Arraes.
Campos diz que o Brasil "mudou muito" ao longo de 30 anos com a eleição de um intelectual, de um operário "filho do povo" e da primeira mulher presidente da República. Na sequência, o pessebista mostra um pouco do que deve ser o seu discurso de campanha caso sua candidatura se confirme. "Avançamos, mas deixamos de fazer mudanças fundamentais. Temos um Estado antigo que ainda traz as marcas do atraso e do elitismo. Um Estado que pouco tem avançado como provedor de serviços de qualidade e como agente de desenvolvimento", aponta.
Pacto federativo
Outra bandeira defendida pelo presidenciável é o novo Pacto Federativo. "Temos relações extremamente desiguais na divisão dos recursos e responsabilidades entre a União, os Estados e os municípios", dispara o governador. Em sua avaliação, mudanças fundamentais, como a reforma fiscal, a revisão do pacto federativo e a reforma política continuam sendo adiadas e, para seguir adiante, é preciso implementá-las. "Para avançar, não temos outra escolha. É preciso contrariar os interesses da velha política, que estão instalados na máquina pública. Cargo público tem que ser ocupado por quem tem capacidade, mérito, sobretudo espírito de liderança", disse o pessebista.
Durante os 10 minutos de programa, apenas os líderes do partido no Senado e na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF) e Beto Albuquerque (RS), tiveram uma breve participação, falando da PEC das Domésticas e dos feitos do PSB na área de Educação no Ceará, Pernambuco e Belo Horizonte. "Em tudo, você pode ter certeza, o Brasil pode fazer muito mais", frisou Albuquerque.