Interceptações telefônicas da Operação Fratelli - missão integrada da Polícia Federal e do Ministério Público - indicam relações próximas de um ex-assessor do ministro Aloízio Mercadante (Educação), Félix Sahão, com o empreiteiro Olívio Scamatti, apontado como chefe de uma organização criminosa que fraudou licitações em 78 prefeituras da região noroeste do Estado de São Paulo.
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Tribunal manda soltar irmãos da 'Máfia do Asfalto'Grampo da PF registra deputado petista pedindo ajuda a 'Máfia do Asfalto'Mercadante diz que não disputará governo de São Paulo Mercadante diz que não será candidato em 2014Os arquivos da Justiça Eleitoral mostram que duas empresas de Scamatti estão entre as maiores doadoras da campanha do ex-assessor de Mercadante. A Demop doou R$ 50 mil. A Scamvias, mais R$ 50 mil. A PF sustenta que a Demop e a Scamvias são as principais beneficiárias do esquema de corrupção.
A PF não acusa Mercadante nem Félix de envolvimento com o grupo. Mas as citações ao ex-assessor do petista constam dos autos e revelam sua ligação com Scamatti.
“(As doações) estão registradas, portanto absolutamente legais, de acordo com as regras do nosso País e a Demop não era investigada”, afirma Félix. “Quando o Aloízio me convidou para trabalhar no gabinete, eu já o conhecia da política, da militância do PT. Fui coordenador do Sindicato dos Professores. Ele me pediu para trabalhar com lisura e transparência.”
Sua função, diz, era atender políticos. “Eu ficava numa sala do gabinete do senador e atendia muita gente, prefeitos e vereadores. Dava orientação, passava um pouco da minha experiência na administração, sempre de portas abertas. Todos ficavam à vontade. Não tinha conversa reservada. Era tudo muito republicano, como o Aloízio queria. Ele mesmo não tinha tempo para dar esse atendimento, estava empenhado com demandas maiores do País.”
Félix conta como encaminhava as solicitações. “A gente priorizava a saúde. Os prefeitos buscavam emendas para equipamentos hospitalares, medicamentos, construção de postos médicos, ambulâncias. A gente dividia as emendas em valores maiores para a saúde, depois a agricultura. Vinha (recursos) do Ministério das Cidades. Daí para frente eu não tinha mais ingerência. A fiscalização (sobre o uso do dinheiro das emendas) não era meu papel.”
Félix diz que não sabe quem é Rosângela - citada no grampo - e que “não é capaz de se lembrar” se algum dia recebeu Scamatti no gabinete de Mercadante. Afirma que não lembra como conheceu o empreiteiro. “Não tenho condição de te responder isso.”